Os Dons Ministeriais
TEXTO
ÁUREO
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"E a uns pôs Deus na igreja, primeiramente, apóstolos, em segundo
lugar, profetas, em terceiro, doutores, depois, milagres, depois, dons de
curar, socorros, governos, variedades de línguas" (1 Co 12.28). - Paulo apresenta aqui uma
lista parcial dos dons de ministério (Rm 12.6-8 e Ef 4.11-13). Paulo alista os dons da
graça (gr. charismata), como são chamados. Um dom espiritual pode constituir-se
de uma disposição interior, bem como de uma capacitação ou aptidão (Fp 2.13)
concedida pelo Espírito Santo ao indivíduo, na congregação, para edificação do
povo de Deus e para expressar o seu amor a outras pessoas (1Co 12.1; 14.12,26;
1 Pe 4.10). A lista que Paulo dá, aqui, dos dons da graça divina deve ser
considerada um exemplário e não a totalidade deles (1 Co 12-). Dom de Profecia (12.10): É
preciso distinguir a profecia aqui mencionada, como manifestação momentânea do
Espírito da profecia como dom ministerial na igreja, mencionado em Ef 4.11.
Como dom de ministério, a profecia é concedida a apenas alguns crentes, os
quais servem na igreja como ministros profetas. Como manifestação do Espírito,
a profecia está potencialmente disponível a todo cristão cheio dEle (At
2.16-18). Quanto à profecia, como manifestação do Espírito, observe o seguinte:
(a) Trata-se de um dom que capacita o crente a transmitir uma palavra ou
revelação diretamente de Deus, sob o impulso do Espírito Santo (14.24,25,
29-31). Aqui, não se trata da entrega de sermão previamente preparado. (b)
Tanto no AT, como no NT, profetizar não é primariamente predizer o futuro, mas
proclamar a vontade de Deus e exortar e levar o seu povo à retidão, à
fidelidade e à paciência (14.3). (c) A mensagem profética pode desmascarar a
condição do coração de uma pessoa (14.25), ou prover edificação, exortação,
consolo, advertência e julgamento (14.3, 25,26, 31). (d) A igreja não deve ter
como infalível toda profecia deste tipo, porque muitos falsos profetas estarão
na igreja (1Jo 4.1). Daí, toda profecia deve ser julgada quanto à sua
autenticidade e conteúdo (14.29, 32; 1Ts 5.20,21). Ela deverá enquadrar-se na
Palavra de Deus (1Jo 4.1), contribuir para a santidade de vida dos ouvintes e
ser transmitida por alguém que de fato vive submisso e obediente a Cristo
(12.3). (e) O dom de profecia manifesta-se segundo a vontade de Deus e não a do
homem. Não há no NT um só texto mostrando que a igreja de então buscava
revelação ou orientação através dos profetas. A mensagem profética ocorria na
igreja somente quando Deus tomava o profeta para isso (12.11).(Bíblia de Estudo
Pentecostal, nota ao texto de Rm 12.6, 1Co 12.28 e Estudo DONS ESPIRITUAIS PARA
O CRENTE).
Os dons espirituais e ministeriais são distintos, no entanto, ambos
provêm de Deus e são indispensáveis à Igreja de Cristo.
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Efésios 4.11-14; 1
Coríntios 14.3
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
- Estabelecer a diferença entre os dons ministeriais de
apóstolos, evangelistas, pastores e doutores;
- Explicar as semelhanças e diferenças entre o profeta do Novo
e do Antigo Testamentos, e
- Definir o dom de profecia.
É importante que compreendamos e saibamos
estabelecer as diferenças entre dons espirituais e ministeriais. Embora haja
variedade de dons espirituais, todos vêm do Espírito Santo e devem ser usados
para a edificação do corpo de Cristo. Os dons não podem, em hipótese alguma,
ser utilizados para manipular as pessoas ou trazer divisão à igreja. Precisamos
usá-los com sabedoria, amor e para a glória de Deus. No AT podemos ver
Deus falando com o seu povo através dos profetas. E Ele continua a falar e a
revelar a sua vontade mediante a profecia. Vivemos tempos trabalhosos e muitos
já não creem na ação e na existência dos autênticos profetas. Todavia, a Igreja
do Senhor não pode desprezar as profecias (1 Ts 5.19-21), pois este dom foi
concedido para a edificação, exortação e consolo da Igreja. O povo de Deus
precisa ter discernimento para reconhecer os verdadeiros profetas. Esse
discernimento é fruto do conhecimento bíblico e, dificilmente uma igreja, ou um
cristão, que prioriza o estudo das Sagradas Escrituras será enganado ou
confundido. Tais manifestações devem passar pelo crivo das Escrituras
Sagradas para que cumpram a sua finalidade: exortar, edificar e consolar (1 Co
14.3). Vamos considerar os dois tipos de dons de profecia: aquele que pode ser
concedido pelo Espírito a qualquer crente (1 Co 12.10), e o outro destinado a
crentes com chamada específica para esse ministério (1 Co 12.28). Boa aula!
(II. DESENVOLVIMENTO)
I. OS DONS MINISTERIAIS
1. Distinção entre o colégio apostólico e o dom
ministerial de apóstolo. Os
apóstolos do NT foram os mensageiros originais, testemunhas e representantes
autorizados do Senhor crucificado e ressurreto (v. 20). Foram as pedras
fundamentais da igreja, e sua mensagem encontra-se nos escritos do NT, como o
testemunho original e fundamental do evangelho de Cristo, válido para todas as
épocas. (2) Todos os crentes e igrejas locais dependem das palavras, da
mensagem e da fé dos primeiros apóstolos, conforme estão registradas
historicamente em Atos e nos seus escritos. A autoridade deles é conservada no
NT. As gerações posteriores da igreja têm o dever de obedecer à revelação
apostólica e dar testemunho da sua verdade. O evangelho concedido aos apóstolos
do NT, mediante o Espírito Santo, é a fonte permanente de vida, verdade e
orientação à igreja. (3) Todos os crentes e igrejas serão verdadeiros somente à
medida em que fizerem o seguinte: (a) Aceitar o ensino e revelação originais
dos apóstolos a respeito do evangelho, conforme o NT registra, e procurar
manter-se fiéis a eles (At 2.42). Rejeitar os ensinos dos apóstolos é rejeitar
o próprio Senhor (Jo 16.13-15; 1 Co 14.36-38; Gl 1.9-11). (b) Continuar a
missão e ministério apostólicos, comunicando continuamente sua mensagem ao
mundo e à igreja, através da proclamação e ensino fiéis, no poder do Espírito
(At 1.8; 2 Tm 1.8-14; Tt 1.7-9). (c) Não somente crer na mensagem apostólica,
mas também defendê-la e guardá-la contra todas as distorções ou alterações. A
revelação dos apóstolos, conforme temos no NT, nunca poderá ser substituída ou
anulada por revelação, testemunho ou profecia posterior (At 20.27-31; 1 Tm
6.20). Quanto aos apóstolos dados à igreja, por intermédio do dom ministerial e
cuja função é de "embaixador" (cf. 2 Co 8.23) e "enviado"
(cf. Fp 2.25), alguém enviado com plenos poderes de procurador para agir em
lugar de outra pessoa, deixando para trás o remetente, que fica para dar
respaldo ao que foi enviado, na Igreja, significa que Deus os envia para fazer
o que ele próprio faria. O termo é encontrado como ‘apóstolo’ 78, ‘embaixador’
2 vezes (2Co 8.23; Fp 2.25), e ‘enviado’ uma vez (Jo 13.16).
2. Uma consideração acerca dos dons ministeriais.
a) Apóstolos. Na
tradição cristã, os apóstolos, também chamados de discípulos
de Jesus, foram os judeus enviados(como indicado pela palavra
grega ἀπόστολος, apóstolos)
por Jesus para pregar o Evangelho, inicialmente apenas aos judeus e depois
também aos gentios, em todo o mundo antigo. Eram em total doze pessoas. Segundo
o Evangelho de Lucas, "Ele chamou para si os seus discípulos, e deles
escolheu doze, a quem ele chamou de apóstolos" (Lucas 6:13). Essa escolha
aconteceu no início do seu ministério, Jesus escolheu doze homens que o
acompanhassem em suas viagens. Tiveram esses homens uma importante
responsabilidade: Continuariam a representá-lo depois de haver ele voltado para
o céu. A reputação deles continuaria a influenciar a igreja muito depois de
haverem morrido. Por conseguinte, a seleção dos Doze foi de grande
responsabilidade. "Naqueles dias retirou-se para o monte a fim de
orar, e passou a noite orando a Deus. E quando amanheceu, chamou a si os seus
discípulos e escolheu doze dentre eles, aos quais deu também o nome de
apóstolo" (Lc 6.12-13). A maioria dos apóstolos era da região de
Cafarnaum, desprezada pela sociedade judaica refinada por ser o centro de uma
parte do estado judaico e conhecida, em realidade, como "Galileia dos
gentios". O próprio Jesus disse:"Tu, Carfanaum, elevar-te-ás,
porventura, até ao céu? Descerás até ao inferno" (Mt 11.23). Não
obstante, Jesus fez desses doze homens líderes vigorosos e porta-vozes capazes
de transmitir com clareza a fé cristã. O sucesso que eles alcançaram dá
testemunho do poder transformador do Senhorio de Jesus. Nenhum dos escritores
dos Evangelhos deixou-nos traços físicos dos doze. Dão-nos, contudo,
minúsculas pistas que nos ajudam a fazer "conjecturas razoáveis"
sobre como pareciam e atuavam. Um fato importante que tem
sido tradicionalmente menosprezado em incontáveis representações artísticas dos
apóstolos é sua juventude. Se levarmos em conta que a maioria chegou a viver
até ao terceiro e quarto quartéis do século e que João adentrou o segundo
século, então eles devem ter sido não mais do que jovens quando aceitaram o
chamado de Cristo.
b) Evangelistas. Esse
dom é concedido visando o crescimento numérico da igreja. Um evangelista é
aquele que tem o dom de evangelizar. Algumas versões até traduzem a palavra por
‘missionários’. É alguém que tem o dom de levar as boas novas a quem
ainda não as conhece; é aquele que reúne as ovelhas. Um exemplo bíblico desse
caso é Filipe, que tinha, além do dom do diaconato, (At. 6.5), o de evangelizar
(At 8.26-39). Filipe é chamado de ‘o evangelista’ (At. 21.8). Paulo certamente
possuía esse dom em medida maior, como pode se depreender do trabalho
evangelístico e missionário que fez. Ele, que foi um preparador de pastores,
exortou Timóteo a fazer, além do trabalho pastoral, o trabalho de um
evangelista (2Tm 4.5). Uma ênfase tem sido dada no sentido de que, os pastores,
também façam a obra de um evangelista, quer seja por dom, quer por necessidade
ou ainda para cumprir o ‘ide... e pregai’ de Jesus. Só assim teremos, além de
igrejas bem doutrinadas, igrejas maiores e mais fortes numericamente falando.
c) Pastores e doutores. Se
o dom de evangelista é o de reunir ovelhas, o dom do pastorado é o de
aperfeiçoar as tais ovelhas. O pastor é aquele que fica com o rebanho, que
convive com as ovelhas e, portanto, cabe a ele aperfeiçoar esses crentes para a
obra do ministério. Tornar os crentes idôneos, capazes e bem equipados para o
serviço é tarefa do pastor; esse trabalho muitas vezes é feito individualmente,
no sentido de que cada um desenvolva o seu próprio dom. Paulo se esforçou para
ensinar individualmente a Timóteo e torná-lo equipado para o ministério, e
ordenou que Timóteo fizesse o mesmo com outros homens fiéis, para também
equipá-los (2Tm 2.2). Se os crentes não forem capacitados e treinados, eles
serão infrutíferos. Jesus aperfeiçoou os seus discípulos dando-lhes aulas
teóricas e praticas por mais ou menos três anos. É um trabalho difícil e leva
tempo, mas é de grande recompensa. Jesus iniciou seu ministério sozinho; mais
tarde ele já pôde enviar os doze e depois mais setenta; assim os trabalhadores
do reino foram aumentando e o Evangelho do reino foi se espalhando por toda a
terra. Paulo, na qualidade de pastor, disse com respeito à igreja dos
colossenses: ‘a quem anunciamos, admoestando a todo homem, ensinando a todo
o homem em toda a sabedoria; para que apresentemos a todo o homem perfeito em
Jesus Cristo’ (Cl 1.28). Com respeito aos crentes da Galácia, Paulo disse:
‘meus filhinhos, por quem de novo sofro dores de parto, até que Cristo seja
formado em vós’ (Gl 4.19). Por isso se vê que é um trabalho difícil o de
aperfeiçoar uma igreja e torná-la equipada para o ministério. Contudo, o pastor
foi aperfeiçoado para aperfeiçoar; ele foi equipado para equipar.
3. Objetivo dos dons ministeriais (Ef 4.12-14).
No dizer de Paulo, as pessoas espiritualmente ‘perfeitas’ ou maduras, que
possuem a plenitude de Cristo:
(1) ser espiritualmente maduro, significa não ser
‘meninos’ (v. 14), os quais são instáveis, facilmente enganados pelas falsas
doutrinas dos homens e suscetíveis ao artificialismo enganoso. O crente
permanece infantil quando tem uma compreensão inadequada das verdades bíblicas
e pouca dedicação a elas (vv. 14,15);
(2) ser espiritualmente maduro inclui falar ‘a
verdade em amor’ (v. 15). A verdade do evangelho, conforme apresentada no NT,
deve ser crida com amor, apresentada com amor e defendida em espírito de amor.
Esse amor é dirigido primeiramente a Cristo (v. 15); em seguida, à igreja (v.
16) e, finalmente, de uns para com os outros (v. 32; 1 Co 16.14). Em Efésios 4,
Paulo ensina que a ‘unidade do Espírito’ (v. 3) e a ‘unidade da fé’ (v. 13) são
mantidas e aperfeiçoadas por:
(1) aceitar somente a fé e a mensagem dos
apóstolos, profetas, evangelistas, pastores
e mestres do NT (vv. 11,12);
(2) crescer na graça, em maturidade espiritual e em
Cristo sob todos os aspectos (v. 15), e ser cheio da plenitude de Cristo e de
Deus (v. 13; cf. 3.19);
(3) não permanecer como criança, aceitando
"todo o vento de doutrina", mas, pelo contrário, conhecer a verdade,
e assim saber rejeitar falsos mestres (vv. 14,15);
(4) sustentar e falar com amor a verdade revelada
nas Escrituras (v. 15); e
(5) andar em "verdadeira justiça e
santidade" (v. 24; vv. 17-32). (Stamps,
Donald. Bíblia de Estudo Pentecostal, CPAD; Nota texto de Efésios
4.13,14).
SINOPSE DO TÓPICO (1)
Os dons ministeriais descritos pelo apóstolo Paulo
em sua carta aos efésios (4.11-14) têm por finalidade o aperfeiçoamento
dos santos, para a obra do ministério e a edificação do Corpo de Cristo.
1. A importância do tema. Este
tema deve ser visto com muito cuidado por alguns motivos: primeiro, a unção
profética segundo a ordem do AT, onde pessoas era separadas por Deus com o
ministério profético para aplicar a revelação da Palavra de Deus e da Lei no
meio do povo, foi encerrada com João (Mt 11.13). Também o que lemos em Efésios
4, é diferente do dom de profecia listada em 1 Co 12, pois enquanto pelo uso do
Espírito no dom todos podem profetizar, o ofício ministerial de profeta
concedido por Cristo é dado somente para alguns do corpo, como ofício
permanente. Porém, este ofício em muito difere do profeta AT: as palavras do
ministério profético não têm autoridade comparável a das Escrituras, até pelo
fato de sua mensagem não vir por transe ou coisa parecida, mas sim, pelo próprio
uso das Escrituras já reveladas, e por isso, sua mensagem deve ser analisada,
e, de uma forma geral, tais pessoas são constrangidas pelo Espírito a zelar
pela santidade no meio do povo de Deus. A afirmativa de que este ministério se
restringe aos primeiros tempos da era da Igreja é uma afirmação que carece de
embasamento bíblico. Se Cristo asseverou contra os falsos profetas é porque na
história haveriam ‘verdadeiros profetas’. Mesmo escritos que eram observados
nos primeiros séculos da Igreja, porém não canônicos, como o Didaqué, traziam
instruções acerca do ministério dos profetas.
2. A distinção entre apóstolo-profeta e
profeta. A perícope
de Ef 4.11 refere-se a pregadores irresistivelmente cheios do Espírito Santo,
que cooperavam na edificação da Igreja (At 13.1). O
apostolado original encerrou-se com o fim da era apostólica. O apostolado
enquanto dom de Cristo continua ativo no seio da igreja do Senhor, e disto
vemos o testemunho e amparo bíblico na própria igreja primitiva no Livro de
Atos (Gl 1.9; 1 Ts 2.7; Rm 16.7). Hoje, o apostolado pode ser melhor visto no
trabalho de missionários, embora haja denominações que unjam pessoas como
apóstolos (especialmente no movimento neopentecostal), mas sem critérios
específicos para o mesmo, e isso é muito preocupante. Os profetas eram homens que falavam sob o impulso direto do Espírito
Santo, e cuja motivação e interesse principais eram a vida espiritual e pureza
da igreja. Sob o novo concerto, foram levantados pelo Espírito Santo e
revestidos pelo seu poder para trazerem uma mensagem da parte de Deus ao seu
povo (At 2.17; 4.8; 21.4).
3. As principais funções do profeta. A função do profeta
na igreja incluía o seguinte: (a) Proclamava e interpretava, cheio do Espírito
Santo, a Palavra de Deus, por chamada divina. Sua mensagem visava admoestar,
exortar, animar, consolar e edificar (At 2.14-36; 3.12-26; 1Co 12.10; 14.3).
(b) Devia exercer o dom de profecia (c) Às vezes, ele era vidente (cf. 1Cr
29.29), predizendo o futuro (At 11.28; 21.10,11). (d) Era dever do profeta do
NT, assim como para o do AT, desmascarar o pecado, proclamar a justiça,
advertir do juízo vindouro e combater o mundanismo e frieza espiritual entre o
povo de Deus (Lc 1.14-17). Por causa da sua mensagem de justiça, o profeta pode
esperar ser rejeitado por muitos nas igrejas, em tempos de mornidão e
apostasia.
A mensagem do profeta atual não deve ser
considerada infalível. Ela está sujeita ao julgamento da igreja, doutros
profetas e da Palavra de Deus. A congregação tem o dever de discernir e julgar
o conteúdo da mensagem profética, se ela é de Deus (1Co 14.29-33; 1Jo 4.1).
O profeta no contexto neotestamentário possui como
função primordial proclamar a revelação divina.
1. A promessa do dom de profecia. Profecia não
é predizer o futuro da vida de ninguém, e sim para convencer o povo do pecado e
obediência a Palavra de Deus. Não é uma mensagem estudada ou escrita, como
muitos pensam, mas um dom dado diretamente pelo Espírito Santo. Os coríntios
exageravam a importância do dom de línguas no culto público (qualquer
semelhança não é mera coincidência) e isso em detrimento dos outros dons.
Ensinando àquela igreja (e a nós), Paulo procura corrigir esse abuso ao
ressaltar que as línguas sem interpretação no culto público, de nada aproveitam
e orienta-os a buscar o dom de profecia, o qual edifica a igreja, mais do que
as línguas sem interpretação (vv. 1-4). A profecia, e as línguas com
interpretação, têm igual importância na igreja. A profecia é mais útil, visto que
a profecia leva à convicção do pecado e a consciência da presença de Deus (vv.
20-25). O dom de profecia na igreja é originado pelo Espírito Santo, não
primeiramente para predizer o futuro, mas para fortalecer a fé do crente, sua
vida espiritual e sua resolução sincera de permanecer fiel a Cristo e aos seus
ensinos. Profetizar não é, porém, pregar um sermão preparado, mas transmitir
palavras espontâneas sob o impulso do Espírito Santo, para a edificação do
indivíduo ou da congregação.
2. Definição. Profeta
é alguém escolhido por Deus para transmitir a Sua mensagem. O profeta tem
uma vida em
harmonia com a mensagem que revela. Ele é um instrumento nas mãos de Jesus para
transmitir a mensagem divina. Deus manisfestou o dom profético na Sua igreja para
que estas mensagens sejam uma luz menor para ajudar-nos na compreensão da luz maior
que é a Bíblia.Salmos 119:105 A tua palavra é uma lâmpada para o meu caminho
e luz para me guiar. Salmos 119:130 A explicação da tua palavra traz luz e dá
sabedoria às pessoas simples.
O
Profeta é o porta-voz de Deus cuja mensagem é ou admoestação ou predição. Em um
sentido os primeiros profetas foram os patriarcas, desde Adão até Moisés É em
Samuel que começa o ministério profético. Entre esses profetas encontram-se
Elias, Eliseu, Davi, Isaías, Jeremias, Ezequiel, Daniel e outros.
·
A quem Deus revela os seus desígnios? Amós
3:7 Por acaso o Senhor, o Deus Eterno, faz alguma coisa sem revelar aos seus
servos, os profetas.
·
Como Deus se comunica com o profeta? Números
12:6 Deus disse: Agora escutem o que vou dizer. Quando há profetas entre vocês,
eu apareço a eles em visões e falo com eles em sonhos.
·
Pode uma mulher ser profetisa? Joel
2:28 O Deus Eterno diz ao seu povo: “Depois disso eu derramarei o meu Espírito
sobre todos: os seus filhos e as suas filhas anunciarão a minha mensagem; os
velhos sonharão, e os moços terão visões”.
Através
do ministério profético Deus revela sua vontade para todas as pessoas. Visões e
sonhos são os meios pelos quais Deus comunica a sua vontade. O profeta Joel
fala de homens, mulheres, jovens que receberiam o dom profético nos últimos
dias.
Apocalipse
19:10: ‘Eu me ajoelhei aos pés do anjo para adorá-lo, mas ele me disse: Não
faça isso! Pois eu sou servo de Deus, assim como são vocês e os seus irmãos que
continuam fiéis à verdade revelada por Jesus. Adore a Deus! Porque a mensagem
que o Espírito entrega aos profetas é a verdade revelada por Jesus.’ Deus
colocou profetas verdadeiros na Sua igreja com o objetivo de guiá-la em todos
os momentos. Deus enviaria o dom profético para Seu povo escolhido.
3. Características. Toda profecia deve ser avaliada quanto ao seu
conteúdo. Isso demonstra que a profecia nos tempos do NT não era infalível,
sendo passível de correção. Às vezes, a profecia e o falar em línguas não
procediam de Deus (cf. 1 Jo 4.1). Até mesmo os espíritos malignos conseguem
agir na congregação através de falsos mestres ou falsos profetas aí presentes.
O profetizar, o falar em línguas estranhas ou a possessão dalgum dom sobrenatural
não é garantia de que alguém é um genuíno profeta ou crente, pois os dons
espirituais podem ser falsificados por Satanás (Mt 24.24; 2 Ts 2.9-12; Ap
13.13,14). Se a igreja não julga com decência e ordem (v.40) as profecias, ela
deixou de seguir as diretrizes bíblicas. Note, também, que a profecia não era
algo como um impulso incontrolável do Espírito, pois apenas um profeta podia
falar de cada vez (vv. 30-32).
Qual deve ser a atitude da igreja para com as
mensagens proféticas?
(a) Todas as profecias devem ser testadas segundo o
padrão da doutrina bíblica (cf. Dt 13.1-3). Isso significa que os crentes devem
ficar atentos ao seu cumprimento (cf. Dt 18.22), e atentos também no caso dela
não se cumprir.
(b) Se a palavra profética é uma exortação, a
congregação precisa perguntar: ‘O que devemos fazer para obedecermos à vontade
do Espírito?’
A profecia do tipo descrito nos caps. 12 e 14 de
1Co, não tem inerente em si a mesma autoridade ou infalibilidade que a
inspirada Palavra de Deus (2 Tm 3.16). Embora provenha do impulso do Espírito
Santo, esse tipo de profecia nunca poderá ser considerado inerrante. Sua
mensagem sempre estará sujeita à mistura e erros humanos. Por isso a profecia
da igreja nunca poderá ser equiparada com as Sagradas Escrituras. Além disso, a
profecia em nossos dias não poderá ser aceita pela igreja local até que seus
membros julguem o seu conteúdo, para averiguar a sua autenticidade. A base
fundamental desse julgamento é a Palavra de Deus escrita.
Os escritos neotestamentários evidenciam o
exercício do ministério profético pelos apóstolos.
Nas
trevas deste mundo de pecado Deus não nos deixou às escuras;
Ele nos deu a Bíblia que é a luz para os nossos caminhos, mas Deus também
tem revelado Seu Plano para nós através do ministério dos profetas. Para
que Deus deu os profetas? Para aperfeiçoamento, edificação e unidade (Ef
4.11-13). Para edificação, exortação (encorajar, aconselhar) e consolação (1 Co
14.3).Mas os profetas devem ter cuidado em falar somente aquilo que Deus
mandou.’Se alguém falar, fale segundo as palavras de Deus’. (1
Pe 4.11). A mensagem do profeta deve atrair o povo para Deus e não para si
mesmo ou para outra coisa qualquer.·Falar uma falsa profecia em nome do Senhor
significa transgredir o 3º mandamento: ‘Não usarás o nome do Senhor em vão’ (Ex
20.7). Quando os homens buscam uma profecia somente para confirmar ou aprovar
seus intentos ruins, seus ‘ídolos do coração’ (Ez 14.3), Deus falaria com eles?
Devemos ter cuidados com ‘a avareza, que é idolatria’ (Cl 3.5).
BIBLIOGRAFIA PESQUISADA
- Lições Bíblicas 3º Trim. Livro do Mestre, versão
eletrônica, CPAD (http://www.cpad.com.br);
- Stamps, Donald. Bíblia de Estudo
Pentecostal, CPAD;
- SOARES, Ezequias. O Ministério Profético na Bíblia.
Rio de Janeiro, CPAD, 2010, p.143-162;
- Gower, Ralph, Usos e Costumes dos Tempos
Bíblicos, CPAD, 2002, p.131;
- HORTON,
Stanley M. Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. Rio de
Janeiro. 12.ed. CPAD, 2009, pp.323-324;
- Dicionário Bíblico Wycliffe. Rio de Janeiro,
CPAD, 2006, p.1610;
- RICHARDS, L. O. Comentário
Histórico-Cultural do Novo Testamento. CPAD, 2007, pp.423,425
- LAHAYE, Tim. Enciclopédia Popular de
profecia Bíblica. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2008, p. 16-7; 203
Uma
das maneiras do Espírito Santo manifestar-se é através de uma variedade de dons
espirituais concedidos aos crentes (12.7-11). Essas manifestações do Espírito
visam à edificação e à santificação da igreja. Entendemos que as manifestações
do Espírito dão-se de acordo com a vontade do Espírito (12.11), ao surgir a
necessidade, e também conforme o anelo do crente na busca dos dons (12.31;
14.1). Certos dons podem operar num crente de modo regular, e um crente pode
receber mais de um dom para atendimento de necessidades específicas. A moral
dessa lição é que devemos desejar “dons”, e não apenas um dom (12.31; 14.1). É
preciso compreendermos que é antibíblico e insensato pensarmos que quem tem um
dom mais visível é mais espiritual do que quem os tem de maneira mais
interiorizada, ou até mesmo, quem não os recebeu. O que temos visto em nosso
meio e o que a Palavra corrobora é que, quando uma pessoa possui um dom espiritual,
isso não significa que Deus aprova tudo quanto ela faz ou ensina. Não se deve
confundir dons do Espírito, com o fruto do Espírito, o qual se relaciona mais
diretamente com o caráter e a santificação do crente (Gl 5.22,23). ‘No contexto de uma unidade
mantida por tais expressões de amor como humildade, mansidão, longanimidade e
tolerância, são exercidos os dons distribuídos por Cristo, e se cumprem os
objetivos de Cristo em seu corpo e a favor do seu corpo (4.7-10).
Surpreendentemente, estes objetivos não se cumprem nos líderes que Cristo dá à
igreja, mas nos leigos. Os líderes são servos cujo papel é equipar o povo de
Deus para sua 'obra do ministério'. Por meio dos esforços de todos os seus
membros, o corpo de Cristo é edificado (4.11-13). E por meio da participação
ativa em um corpo que cresce, e que ministra de forma constante, o crente
amadurece individualmente (4.14-16). Quer os líderes tenham grandes áreas de
responsabilidade (apóstolos, profetas, evangelistas) ou somente
responsabilidades locais (pastores e doutores), eles são ordenados para servir
os leigos’ (RICHARDS, L. O. Comentário Histórico-Cultural do Novo
Testamento. CPAD, 2007, pp.423,425).
N’Ele,
que me leva a refletir: ‘Porque o fim da
lei é Cristo para justiça de todo aquele que crê.’ (Rm 10.4),
1. Quais
os tipos de dons que o apóstolo Paulo alistou em 1 Co 12.28?
R.
Apóstolos, profetas, doutores, como chamada específicas para esses ministérios.
2. De acordo
com o contexto neotestamentário, o que significa “profeta” em Efésios
4.11?
R.
Pregadores irresistivelmente cheios do Espírito Santo.
3. Qual a
razão de Jesus ter concedido os dons ministeriais à sua igreja?
R. Para
cooperarem na edificação da igreja, na dedicação ao ensino e na interpretação
da Palavra de Deus.
4. Qual deve
ser o cuidado de quem profetiza?
R. É
uma manifestação momentânea e sobrenatural do Espírito Santo.
5. Qual
deve ser o cuidado de quem profetiza?
R. Falar
apenas o que o Espírito Santo mandar.
Originalmente postado em:
Francisco A Barbosa
auxilioaomestre@bol.com.br
Obrigado pelo estudo. Deus abençoe.
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