ANGELOLOGIA
A DOUTRINA DOS
A DOUTRINA DOS
ANJOS
ANGELOLOGIA
COMPÊNDIO ELABORADO POR:
Pr. Lázaro Soares de Assis
CONTEÚDO TEOLÓGICO SUPERVISIONADO POR:
Pr. Felipe Miranda
Pr. Gil César Gomes Faria
ÍNDICE
INTRODUÇÃO
DEFINIÇÃO DO TERMO “ANJO”
SUA EXISTÊNCIA
O ARCANJO MIGUEL
OS SERAFINS
OS QUERUBINS
O ANJO GABRIEL
O ANJO DO SENHOR
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANGELOLOGIA
A
DOUTRINA DOS ANJOS
01. INTRODUÇÃO
Os anjos
estão sujeitos ao governo divino, e o importante papel que têm desempenhado na história do
homem, torna-os merecedores de referência especial e de um estudo
especial, pois, nas Escrituras, sua existência é sempre considerada matéria
pacífica. Desta forma, estaremos nos ocupando em estudar a partir do presente estudo sobre os anjos, ministros
de Deus (Hb 1:14).
02. DEFINIÇÃO DO TERMO "ANJO"
A palavra portuguesa anjo possui origem no latim angelus, que por sua vez deriva-se do grego angelos.
No idioma hebraico,
temos malak. Seu significado básico é
"mensageiro" (para designar a idéia de ofício de mensageiro). O
grego clássico emprega
o termo angelos para o mensageiro, o embaixador em assuntos
humanos, que fala e age no lugar daquele que o enviou.
No AT,
onde o termo malak ocorre 108 vezes, os anjos aparecem como seres celestiais, membros da corte de Yahweh, que servem e louvam a Ele (Ne 9:6; Jó 1:6), são espíritos
ministradores (1Rs 19:5), transmitem a vontade de Deus (Dn 8:16, 17), obedecem à vontade de Deus (Sl 103:20), executam os propósitos de
Deus (Nm 22:22), e celebram os louvores de Deus (Jó 38:7; Sl 148:2).
No NT, onde a palavra angelos aparece por 175 vezes, os anjos aparecem como representativos do mundo
celestial e mensageiros de Deus. Funções semelhantes às do AT são atribuídas a eles, tais como: servem e louvam a Cristo (Fp 2:9-11; Hb 1:6), são espíritos ministradores (Lc 16:22; At 12:7-11; Hb 1:7, 14), transmitem a vontade de Cristo (Mt 2:13, 20; At 8:26), obedecem à vontade dEle (Mt
6:10), executam os Seus propósitos (Mt 13:39-42), e
celebram os louvores de Cristo (Lc
2:13,14). Ali, os anjos estão vinculados a eventos especiais, tais como: a
concepção de
Cristo (Mt 1:20,21), Seu nascimento (Lc 2:10-12), Sua ressurreição (Mt 28:5,7) e Sua ascensão e Segunda Vinda (At 1:11).
O termo
teológico apropriado para esse estudo que ora iniciamos é Angelologia (do
grego angelos, "anjo" e logia , "estudo", "dissertação"). Angelologia se constitui, portanto, de
doutrina específica
dentro do contexto daquilo que denominados de Teologia Sistemática, a qual se ocupa em
estudar a existência, as características, natureza moral e atividades dos
anjos. Iniciaremos, portanto, pelo estudo da existência dos anjos.
03. SUA EXISTÊNCIA
Ao iniciarmos
nosso estudo de Angelologia faz-se necessário que assentemos biblicamente a
verdade da existência dos
anjos.
A existência
dos anjos, conforme veremos a partir de agora, é claramente demonstrada pelo ensino,
tanto do Antigo,
quanto do Novo Testamento.
a) Estabelecida pelo Ensino do Antigo Testamento
São inúmeros os textos do AT que comprovam a realidade da existência dos anjos. Queremos,
no entanto, destacar apenas os que se seguem: Gn 32:1,2; Jz 6:11ss; 1Rs 19:5; Ne 9:6; Jó 1:6; 2:1; Sl 68:17; 91:11; 104:4; Is 6:2,3; Dn 8:15-17; Nos textos alistados anteriormente, vemos os anjos em suas
funções principais de servir e louvar a Yahweh, transmitir as mensagens de Deus, obedecer Sua vontade, executar a
vontade de Deus, e também
como guerreiros.
b)
Estabelecida pelo Ensino do Novo Testamento
No contexto
do NT, os anjos não são apresentados simplesmente como "mensageiros de Deus",
mas também como "ministros
aos herdeiros da salvação" (Hb 1:14).
Outrossim, a existência dos anjos é apresentada de maneira inequívoca no NT. Vejamos, por
exemplo, os textos a seguir: Mt 13:39; 13:41; 18:10; 26:53; Mc 8:38; Lc 22:43;
Jo 1:51; Ef
1:21; Cl 1:16; 2Ts 1:7; Hb 1:13,14; 12:22; 1Pe 3:22; 2Pe 2:11; Jd 9; Ap 12:7;
22:8,9.
04. O ARCANJO MIGUEL
Pretendemos a partir de agora estudar a respeito de cinco classes especiais de anjos, a
começar por Miguel, o Arcanjo.
No grego encontramos Michael , heb. mika'el . O nome Miguel significa "quem é como El (Deus)?".
A tradição sobre a existência de arcanjos não fazia parte original da fé judaica. Assim, na literatura
bíblica, Miguel é introduzido em Dn
10:13,21 e 12:1 e reaparece no NT
em Jd 9 e Ap
12:7. Embora algumas literaturas tenham Gabriel como outro Arcanjo (totalizando sete na literatura apócrifa e
pseudepígrafa, onde quatro nomes são revelados: Miguel, Gabriel, Rafael e Uriel), a Bíblia só revela a existência de um único
Arcanjo, Miguel.
Isto é demonstrado pelo fato de que nas duas ocorrências da palavra grega archangelos,
"arcanjo", 1Ts 4:16 e Jd 9, o termo só aparece no singular, ligado unicamente ao nome de
Miguel, donde
se conclui
biblicamente que só exista um anjo assim denominado Arcanjo, ou anjo-chefe, e que esse Arcanjo chama-se Miguel.
O Miguel que se pode encontrar no NT,
surge no AT apenas
no livro de Daniel. Como Gabriel, é um ser
celestial. Tem, no entanto, responsabilidades especiais como
campeão de Israel contra
o anjo rival dos persas (Dn 10:13,21),
e ele comanda os exércitos celestiais contra todas as forças
sobrenaturais do mal na
última grande batalha (Dn 12:1). Na
literatura judaica recente, bem como nos apócrifos e pseudepígrafos, o nome de
Miguel é apresentado como guardião militar e intercessor de Israel.
No NT, Miguel aparece apenas em duas ocasiões. Em Jd 9, há referência
a uma disputa entre Miguel e o diabo com respeito ao corpo de Moisés. Essa passagem é bastante
polêmica. Orígenes acreditava que isto estaria registrado num
apócrifo chamado de "Assunção de Moisés", mas a
história não aparece nos textos existentes, porém incompletos, desta obra. A
literatura rabínica posterior parece ter conhecimento desta história. O
outro texto em
que Miguel aparece, é Ap 12:7,
que retoma o tema de Dn 12:1, apresentando-se Miguel como sendo o vencedor
do dragão primordial, identificado como Satanás.
05. OS SERAFINS
O termo
hebraico é saraph. Quanto à origem exata e a significação desse termo, não existe
concordância entre os eruditos. Provavelmente, deriva-se da raiz hebraica saraph,
cujo significado
é "queimar", o que daria a idéia de que os Serafins são anjos rebrilhantes, uma vez que essa raiz
também pode significar
"consumir com fogo", mas também "rebrilhar" e
"refletir".
A única menção a esses seres celestiais nas páginas das Escrituras Sagradas fica no livro de Isaías (Is 6). Os serafins aparecem associados com os Querubins na tarefa
de resguardar o trono divino. Os seres vistos por Isaías tinham forma humana, embora possuíssem seis asas (Is
6:2). Estavam postos acima do trono de Deus (Is
6:2a), o que parece indicar que sejam líderes na adoração ao Senhor. Uma dessas
criaturas entoava um refrão que Isaías registra nas palavras: "Santo,
santo, santo é o Senhor dos Exércitos; a terra inteira está cheia da Sua
glória" (Is 6:3). Tão
vigorosa era esta adoração, que é dito que o limiar do Templo divino se abalava
e o santo lugar ficava cheio de fumaça.
Pelo que observamos no texto, parece que para Isaías os Serafins constituíam uma ordem de seres angélicos responsáveis por certas
funções de vigilância e adoração. No entanto, parecem ser criaturas morais distintas, e não
apenas projeções da imaginação ou personificação de animais. Suas qualidades
morais eram
empregadas exclusivamente no serviço de Deus.
06. OS QUERUBINS
No
hebraico, temos keruhbim,
plural de kerub. No grego cheroub.
Palavra de etimologia incerta.
No AT
esses seres são apresentados como simbólicos e celestiais. No livro de Gênesis, tinham a
incumbência de guardar o caminho para a árvore da vida, no jardim do Éden (Gn 3:24). Uma função semelhante foi
credita aos dois Querubins dourados, postos em cada extremidade do propiciatório (a tampa que cobria a arca no santíssimo lugar - Êx 25:18-22; Cf.
Hb 9:5), onde simbolicamente protegiam os objetos guardados na arca, e
proviam, com suas asas estendidas, um pedestal
visível para o trono invisível de Yahweh
(veja Sl 80:1 e 99:1, para entender essa
figura). No livro de Ezequiel
(Ez 10), o trono-carruagem de
Deus, que continuava sustentado por Querubins, tornava-se móvel. Também
foram bordados Querubins nas cortinas
e véus do Tabernáculo, bem como estampados
nas paredes do Templo (Êx 26:31; 2Cr 3:7).
Tem sido objeto de críticas acirradas, o fato de que os povos vizinhos de Israel possuíam criaturas aladas simbólicas. Especialmente os heteus popularizaram os grifos, uma criatura altamente complicada com corpo de leão, cabeça e asas de águia e com a aparência geral semelhante à de uma esfinge. Por estes motivos, alguns críticos têm conjeturado que Israel tenha tomado esse costume por empréstimo desses povos vizinhos. No entanto, fica bastante claro que a situação é inversa: os povos vizinhos é que deturparam a simbologia israelita, adaptando-a às suas crendices. Exemplo disto, é a conhecida "Epopéia de Gilgamesh", uma história babilônica do dilúvio, obviamente tomada por empréstimo do relato bíblico.
O vocábulo
hebraico Gabriel significa "homem de Deus" (heb. geber , "varão" e El - forma abreviada de Elohim,
"Deus").
No AT, Gabriel aparece apenas em Daniel, e ali como mensageiro celestial que surge na forma de um homem (Dn 8:16; 9:21). Suas funções são: revelar o futuro ao
interpretar uma visão (Dn
8:17), e dar entendimento e sabedoria ao próprio Daniel (Dn
9:22).
No NT, Gabriel surge somente na narrativa de Lucas que descreve o nascimento de Cristo. Ali, ele
é o mensageiro angelical que anuncia grandes eventos: o nascimento de
João (Lc 1:11-20) e de Jesus (Lc 1:26-38). Também é apresentado como aquele que "assiste
diante de Deus" (Lc 1:19).
Destes casos, conclui-se que
Gabriel é o
portador das grandes mensagens divinas aos homens. Pode-se concluir, dizendo que na
Bíblia, Gabriel é o "anjo mensageiro" e Miguel o "anjo guerreiro".
08. O ANJO DO SENHOR
Outro ensino veterotestamentário de grande importância, que por sua vez está estritamente relacionado com
as Teofanias, são as aparições
do Anjo do Senhor. Optamos por
estudar, separadamente,
este assunto, em virtude de sua importância crucial, uma vez que as aparições
do Anjo do Senhor se constituem em Teofanias, mas especificamente Teofanias onde as aparições de Deus se davam de forma humana.
A expressão "Anjo
do Senhor" ou sua variante "Anjo de Deus", se encontram mais de cinqüenta vezes no
AT. Portanto, é
necessário algumas considerações acerca desse personagem, que se reveste de grande importância quando
tratamos da possibilidade da Encarnação.
A primeira aparição bíblica do "Anjo do Senhor", foi no
episódio de Agar, no deserto (Gn 16:7). Outros acontecimentos
incluíram pessoas como Abraão (Gn
22:11,15), Jacó (Gn 31:11-13), Moisés (Êx
3:2), todos os israelitas durante o Êxodo (Êx 14:19) e posteriormente em Boquim (Jz 2:1,4), Balaão (Nm
22:22-36), Gideão (Jz 6:11), Davi
(1Cr 21:16), entre outros.
A Bíblia nos informa que o Anjo do Senhor realizou várias tarefas semelhantes às dos anjos, em geral.
Às vezes, Suas aparições eram simplesmente para trazer mensagens do Senhor
Deus, como por
exemplo em Gn 22:15-18; 31:11-13. Em
outras aparições,
Ele fora
enviado para suprir necessidades (1Rs
19:5-7) ou para proteger o povo de Deus de perigos (Êx 14:19; Dn 6:22).
Com relação à identidade do Anjo do Senhor, os eruditos não são e nunca foram
unânimes. Entretanto, não há porque duvidar da antiquíssima interpretação cristã de que,
nesses casos acima citados,
encontramos manifestações preencarnadas da Segunda Pessoa da Trindade.
Desejamos, portanto, apresentar a seguir três argumentos bíblicos que comprovam, indubitavelmente, que
o Anjo do Senhor
é Jesus Cristo antes de encarnado.
Josué 5:14 -
Quando o Anjo do Senhor apareceu a Josué, diz a Palavra do Senhor que ele
"...se prostrou sobre o seu rosto na terra, e O adorou, e disse-lhE: Que
diz meu Senhor ao seu servo?". Se o Anjo do Senhor não fosse o próprio
Senhor (ou melhor, o Senhor Jesus como Segunda Pessoa da Trindade),
o anjo (caso
fosse simplesmente "um anjo") teria proibido a Josué de adorá-lo, como
ocorreu em Ap 19:10 e Ap 22:8,9.
Jz 13:18 - Embora concordemos com o
fato de que existem controvérsias a respeito desta passagem, reputamos a
mesma como
factual e elucidativa. Quando Manoá, pergunta ao Anjo do Senhor, o Seu nome, Ele responde: “... porque perguntas assim pelo meu nome, visto que é maravilhoso?" Uma comparação desta resposta com a passagem
de Is 9:6, demonstra que o Anjo do Senhor que apareceu a Manoá é o Menino que
nos fora dado de Isaías. Isto é, o Anjo
do Senhor, cujo Nome é Maravilhoso (YHWH), é o próprio Senhor,
e ao
mesmo tempo o Menino que nos fora
dado.
A terceira
prova escriturística que queremos apresentar, é que no contexto
neotestamentário, a Bíblia deixa de utilizar-se do termo "o Anjo do Senhor" como pessoa específica. Isto é
demonstrado pelo fato de que o artigo definido masculino singular "o"
deixa de ser utilizado, sendo substituído pelo artigo indefinido "um". Alguns exemplos disto, são os
textos de Lc 1:11; At 12:7 e At 12:23,
dentre muitos outros. Infelizmente, nem todas as ocorrências de Anjo do Senhor
no NT, na versão ARC, se encontram
com o artigo indefinido "um", o que ocorre na versão ARA nos textos
citados e em outros correlatos.
Esta substituição possui um grande significado. Isto é, no contexto do NT, contemporâneo ou posterior
à Encarnação, as
manifestações angelicais não eram do Anjo do Senhor, mas meramente de um de
Seus anjos, pois o Anjo do Senhor já havia sido manifestado na carne (1Tm 3:16).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
A BíBLIA SAGRADA. Edição Revista e Corrigida no Brasil. Rio de Janeiro, Imprensa Bíblica Brasileira, 1994.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
A BíBLIA SAGRADA. Edição Revista e Corrigida no Brasil. Rio de Janeiro, Imprensa Bíblica Brasileira, 1994.
BANCROFT, Dr. Emery H. Teologia Elementar. Trad. João M. Bentes.3ª ed. SP, Imprensa Batista
Regular, 1986.
CHAMPLIN, Russel N. & BENTES, João
Marques. Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia (6 volumes). São
Paulo,
Associação Religiosa Editora e Distribuidora Candeia, 1991.
Associação Religiosa Editora e Distribuidora Candeia, 1991.
Compilação e responsabilidade:
Rev. Dr. LÁZARO SOARES DE ASSIS, ThD, PhD, DD
Dezembro de 1996.
* Todo o conteúdo dessa apostila foi gentilmente cedido ao
Pr. Felipe Miranda – apenas para fins
didáticos, sem fins lucrativos - tendo seus direitos reservados.
SOLI DEO GLORIA
ANGELOLOGIA
Abril - 2012
Muito bom esses estudos que Deus continue a lhe da mais da sua ciência biblica
ResponderExcluirEsse estudo foi elaborado por um grande amigo meu, o Pr. Lázaro Soares de Assis, da cidade de Ipatinga-MG. Apesar de pequeno o texto é de excelente conteúdo!
ExcluirDe mto boa importância esse estudo pastor que DEUS continue abençoando a vida de vcs pastores ..
ResponderExcluirgostei muito mesmo isso sim que e uma das coisa que nos brasileiros devemos ler ler ler e numca deixar de ler porque os fins dos tempos esta próximo a paz do SENHOR JESUS CRISTO A TOSDOS QUE CRE E TEM FE VERDADEIRA
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