O MAIOR SEGREDO
DO DIABO
Por Ray Comfort
________________________________
Tradução de Fernando Guarany Jr.
No final dos anos 70, Deus muito graciosamente abriu-me um ministério
itinerante. Conforme comecei a viajar, passei a ter acesso aos registros de
crescimento das igrejas e fiquei horrorizado ao descobrir que algo perto de
80 a 90% das pessoas que tomavam uma decisão por Cristo estavam desviando-se
da fé. Ou seja, o evangelismo moderno, com seus métodos estava criando entre
80 e 90 “desviados” para cada 100 pessoas que se decidiam por Jesus.
Deixem-me tentar tornar a questão mais real para vocês. Em 1991, no
primeiro ano da década da colheita, uma grande denominação nos Estados Unidos
foi capaz de obter 294.000 decisões por Cristo. Isto é, em um ano, esta
grande denominação de 11.500 igrejas foi capaz de obter 294.000 decisões por
Cristo. Infelizmente, passado algum tempo apenas contavam com 14.000 destes
congregando, o que significa que eles já não podiam prestar contas por
280.000 das decisões alcançadas. E estes são resultados normais do
evangelismo moderno e, algo que descobri no final dos anos 70; Algo que me
preocupou muito. Comecei a estudar o Livro de Romanos diligentemente e,
especificamente, a maneira de proclamação do Evangelho de homens como
Spurgeon, Wesley, Moody, Finney, Whitefield, Lutero, entre outros, que Deus
tem usado através dos tempos, e descobri que eles usavam um princípio que é
quase totalmente negligenciado pelos métodos evangelísticos modernos. Comecei
a ensinar este princípio; Providencialmente, fui convidado para instalar o
nosso ministério na cidade de Bellflower no sul da Califórnia,
especificamente para trazer este ensinamento para a igreja dos Estados
Unidos. As coisas andaram devagar nos primeiros três anos, até que recebi uma
ligação de Bill Gothard, que havia assistido a mensagem em vídeo. Ele pagou
minha passagem de avião até San Jose no norte da Califórnia; Lá, compartilhei
a mensagem com 1000 pastores. Então, em 1992, ele exibiu o vídeo daquela
pregação para 30.000 pastores. No mesmo ano, David Wilkerson me telefonou de
Nova Iorque. Ele ligou do seu carro. (estava ouvindo a mensagem em seu carro
e me ligou do próprio telefone do seu carro!) Imediatamente, ele me colocou
em um vôo de Los Angeles para Nova Iorque para compartilhar o mesmo
ensinamento com a sua igreja – de tão importante que considerou a mensagem.
Recentemente, ouvi falar de um pastor que escutou esta mensagem 250 vezes.
Ficaria feliz se você ouvisse pelo menos uma vez este ensinamento que se
chama: “O Maior Segredo do Diabo.”
A Bíblia diz no Salmo 19, versículo 7, “A Lei do
Senhor é perfeita para converter a alma.” O que é mesmo que a Bíblia diz que
é perfeita e, no final das contas, converte a alma? Ora, as Escrituras deixam
bem claro: “A Lei do Senhor é perfeita para converter a alma.” Agora, para
ilustrar a função da Lei de Deus, vamos observar por um instante a Lei Civil.
Imagine se eu dissesse a você: “Tenho boas novas para você:
alguém acabou de pagar uma multa de trânsito no valor de R$ 25.000,00 para
você!” Provavelmente você reagiria dizendo: “O que você está dizendo? Essas
não são boas novas! Isso [que você está dizendo] não faz o menor sentido. Não
tenho uma multa de trânsito de R$ 25.000,00!” As minhas boas novas não seriam
boas novas para você: pareceria tolice! Mas, além disso, seria uma ofensa,
porque eu estaria insinuando que você havia cometido um crime (quebrado a
lei) quando você pensa não ter feito tal coisa. Entretanto, se colocar a
situação da seguinte maneira, ela fará mais sentido: “No caminho para cá, um
radar da polícia (a lei) pegou você a 160 quilômetros por hora em uma área
reservada para uma convenção de crianças deficientes visuais. Havia dez
avisos claros que a velocidade máxima era de 60 quilômetros por hora, mas
você passou por ali ”voando” a uma velocidade de 160 km/h. O que fez foi
muito perigoso e, portanto, a multa de R$ 25.000,00 era justa. A lei estava
por ser aplicada quando alguém que você nem mesmo conhece entrou em cena e
pagou a sua multa. Você realmente é um felizardo!”
Vejam que ao explicarmos precisamente o que foi feito de errado
primeiro, fazemos com que as boas novas verdadeiramente tenham sentido. Se eu
não mostrar claramente que o indivíduo violou a lei, então as boas novas
parecerão tolice e serão recebidas como uma ofensa. Mas, a partir do momento
que entender que quebrou a lei, então as boas novas se tornarão boas novas de
fato!
Assim, da mesma maneira, se eu abordar um pecador impenitente e
disser: “Jesus Cristo morreu na cruz por seus pecados”, isso soará como
tolice e o ofenderá. Tolice porque não fará sentido. A Bíblia diz que: “A
pregação da cruz é tolice para aqueles que perecem.” (1 Cor 1:18). E também
será ofensivo porque estaremos insinuando que o indivíduo é um pecador quando
ele acha que não o é! Porque, até onde ele tem conhecimento, existem muitas
pessoas piores do que ele. Contudo, se eu dedicar tempo para seguir os passos
de Jesus, a mensagem fará mais sentido. Se eu dedicar tempo para abrir a Lei
Divina, os Dez Mandamentos, e mostrar ao pecador precisamente o que ele fez
de errado, como tem ofendido a Deus ao violar a Sua Lei, então, quando ele
estiver, conforme diz Tiago, “convencido pela Lei como transgressor” (Tiago
2:9) as boas novas da multa sendo paga não parecerão tolice, mas serão “o
poder de Deus para salvação” (Romanos 1:16).
Agora, tendo em mente estes pensamentos como introdução, vamos ver o
que diz Romanos 3:19. Vamos analisar algumas das funções da Lei de Deus para
a humanidade. Romanos 3:19 diz assim: “Agora, pois, sabemos que o que quer
que a Lei diga, ela diz para aqueles que estão debaixo da lei, para que toda
boca seja calada e todo o mundo torne-se culpado diante de Deus.” Então, uma
função da lei de Deus é calar a boca. Fazer os pecadores pararem de se
justificar e dizer: “Ah, tem muita gente pior do que eu. Eu não sou uma má
pessoa, não!” Ou seja, a lei cala a boca da justificativa e deixa o mundo
inteiro , e não apenas os Judeus, culpado diante de Deus.
Romanos 3:20 diz assim: “Portanto pelos feitos da Lei nenhuma carne
será justificada à Sua vista: porque pela Lei vem o conhecimento do
pecado.” Então, a Lei de Deus nos informa o que significa pecado. 1 João 3:4
diz: “Pecado é a transgressão da Lei.” Romanos 7.7 afirma: “O que diremos
então?” diz Paulo, “É a lei pecado? De modo nenhum, eu não conheci o pecado
senão pela Lei.” O que Paulo está dizendo aqui simplesmente é: “Eu não sabia
o que era o pecado até a Lei me ensinar.” Gálatas 3.24 afirma: “De modo que a
Lei se tornou nosso aio [professor], para nos conduzir a Cristo, a fim de que
pela fé fôssemos justificados.” A lei de Deus age como um professor
para nos trazer a Cristo para que possamos ser justificados pela fé em Seu
sangue. Assim, a Lei não nos ajuda, ela apenas nos mostra nossa impotência.
Ela não nos justifica, ela apenas nos deixa culpados diante do julgamento de
um Deus santo.
A tragédia do evangelismo moderno é que, na virada do século XX,
quando a lei de Deus foi abandonada e desprezada em sua capacidade de
converter a alma, de conduzir os pecadores a Cristo, os defensores do
evangelismo moderno tiveram que encontrar outra razão para os pecadores
responderem ao evangelho. A maneira que os evangelistas modernos encontraram
para atrair tais pecadores foi a estratégia da “melhoria na qualidade de
vida.” O Evangelho foi degenerado para algo como: “Jesus Cristo vai te dar
paz, alegria, amor, realização pessoal e felicidade duradoura.” Agora, para
ilustrar a natureza anti-bíblica deste ensinamento tão popular, gostaria que
vocês escutassem com bastante atenção a seguinte anedota, pois a essência do
que estou ensinando baseia-se nesta historinha que vou contar. Então, por favor,
escutem atentamente:
Dois homens estão sentados em um avião. Ao primeiro é dado um
pára-quedas e é orientado a colocá-lo, pois, o pára-quedas melhoraria a
qualidade do seu vôo. Ele fica um tanto cético no início porque não consegue
ver como o fato de usar um pára-quedas em um avião poderia melhorar a
qualidade de seu vôo. Porém, depois de certo tempo, ele decide experimentar
para ver se o que lhe havia sido dito era mesmo verdade. Então, quando ele
coloca o pára-quedas, ele nota o peso sobre seus ombros e descobre que tem
dificuldade para sentar-se direito. Mesmo assim, não tira o pára-quedas de
imediato, pois se consola com o fato de que lhe foi dito que o pára-quedas
melhoraria o seu vôo. Assim, ele decide dar um tempinho para ver se a tal
coisa funciona mesmo. Enquanto espera, percebe que alguns dos outros
passageiros estão rindo dele, pelo fato de ele estar usando um pára-quedas em
pleno vôo. Ele começa a sentir-se um tanto humilhado. Quando os outros
passageiros começam a apontar e rir dele, ele não agüenta mais! Então,
encolhe-se em sua poltrona e arranca o pára-quedas, jogando-o ao chão.
Desilusão e amargura preenchem o seu coração, pois, pelo que parece,
contaram-lhe uma mentira absurda!
O segundo homem também recebe um pára-quedas, mas escutem só o que lhe é dito: “Coloque este pára-quedas, pois a qualquer momento você terá que saltar deste avião e nós estamos a 25.000 pés de altura.” Ele fica muito agradecido e coloca logo o pára-quedas; Nem percebe o peso do objeto sobre seus ombros, muito menos se incomoda com o fato de que não consegue sentar-se direito, pois sua mente está consumida pelo pensamento do que aconteceria se saltasse sem o pára-quedas. Vamos analisar o motivo e o resultado da experiência de cada um dos passageiros. O motivo do primeiro homem para colocar o pára-quedas foi apenas para melhorar a qualidade de sua viagem. O resultado da experiência foi que ele se sentiu humilhado pelos passageiros, ficou desiludido e bastante amargurado em relação àqueles que lhe deram o pára-quedas. Ele precisará de um longo tempo para recuperar-se da experiência e, possivelmente, nunca mais vai aceitar uma coisa daquelas novamente. O segundo homem colocou o pára-quedas simplesmente para escapar do salto para morte e, devido ao conhecimento do que aconteceria se saltasse despreparado, ele tem uma profunda alegria e paz no coração, pois sabe que será salvo de uma morte certa e terrível. Tal conhecimento dá-lhe a habilidade de suportar o escárnio dos outros passageiros. Sua atitude em relação a quem lhe ofereceu o pára-quedas é de profunda gratidão. Agora, escutem o que os métodos de evangelismo moderno dizem. Eles dizem assim: “Coloque o Senhor Jesus Cristo. Ele te dará amor, alegria, paz, realização pessoal e felicidade duradoura.” Em outras palavras, “Jesus melhorará a sua viagem.” Dessa maneira, o pecador responde ao apelo de um modo experimental e “coloca” o Senhor Jesus para ver se a “propaganda” é verdadeira. E o que vem sobre ele? Tentação, tribulação e perseguição. Os outros passageiros escarnecem dele. O que ele faz, então? Arranca o Senhor Jesus e joga ao chão, pois se sente ofendido por causa da Palavra (Marcos 4.17). Ficou desiludido e bastante amargurado, e com razão. Pois, prometeram-lhe paz, alegria, amor, realização e felicidade duradoura, e tudo o que conseguiu foram provações e humilhação. Então, ele passa a apontar sua amargura em direção àqueles que lhe deram as tão famosas “boas novas”. Seu último estado é pior do que o primeiro: outro desviado inoculado e amargurado.
Santos, ao invés de pregar que Jesus melhora a qualidade do vôo, nós
deveríamos estar alertando os passageiros que eles terão que pular do avião.
Ou seja, “que está determinado ao homem morrer uma só vez, e que depois disto
virá o julgamento.” (Hebreus 9:27). E aí, quando o pecador entender as
horríveis conseqüências por quebrar a Lei de Deus, ele correrá para os braços
do Salvador para escapar da ira vindoura. E se formos testemunhas verdadeiras
e fiéis, é isso que deveremos pregar: que existe uma ira vindoura; que Deus “ordena
a todas as pessoas em todos os lugares que se arrependam” (Atos 17:30). Por
que se arrepender? “Porque Ele estabeleceu um dia em que julgará o mundo com
justiça” (vs. 31). Entenda que não é uma questão de felicidade, mas sim de
justiça. Não importa o quanto o pecador possa estar sendo feliz ou o quanto
ele possa estar aproveitando “os prazeres passageiros do pecado” (Hebreus
11.25), sem a justiça de Cristo, ele perecerá no dia da ira. “De nada
aproveitam as riquezas no dia da ira; porém a justiça livra da morte.”
(Provérbios 11.4). Paz e alegria são frutos legítimos da salvação, mas não é
legítimo usar tais frutos como propaganda para a salvação. Se persistirmos em
fazer isso, os pecadores responderão à mensagem com um motivo impuro,
desprovidos de arrependimento.
Agora, vocês conseguem lembrar porque o segundo passageiro tinha
alegria e paz no coração? Era porque ele sabia que o pára-quedas ia salvá-lo
da morte certa. E como crente, como Paulo diz, eu tenho “alegria e paz em
crer” (Romanos 15:13), porque sei que a justiça de Cristo me livrará da ira
vindoura.
Agora, com esses pensamentos em mente, vamos analisar com cuidado um
incidente a bordo do avião. Aparece uma aeromoça novata. Ela carrega uma
bandeja com café fervendo. É o seu primeiro dia de trabalho. Ela quer que
este dia fique marcado na mente dos passageiros, e consegue seu intento, pois
conforme está andando pelo corredor, tropeça e despeja café quente no colo do
nosso segundo passageiro. Qual a reação dele ao sentir o líquido fervente
queimar a sua pele? Será que ele grita: “Aaaaaii! Que dor!”? Sim, ele sente a
dor. Mas será que arranca o pára-quedas e o joga ao chão? Será que ele
esbraveja dizendo: “Droga de pára-quedas!”? Não. Por que ele faria isso? Ele
não colocou o pára-quedas para melhorar a qualidade de seu vôo. Ele colocou
para salvá-lo da morte certa. Por isso, o incidente faz com que se agarre
ainda com mais força ao pára-quedas e mal consiga esperar a hora de saltar.
Então, se “colocarmos” o Senhor Jesus pelo motivo correto, isto é,
para escapar da ira vindoura, quando vier a tribulação, quando o vôo ficar
turbulento, nós não ficaremos com raiva de Deus e nem perderemos nossa paz e
alegria. Por que faríamos isto? Não aceitamos Jesus para melhorar nosso
estilo de vida: nós o aceitamos para fugir da ira vindoura. Portanto, ao
invés de nos levar à ira, a tribulação conduz o verdadeiro crente para mais
perto do Salvador. Infelizmente, temos literalmente multidões de pessoas que
se professam Cristãos, mas que perdem sua alegria e paz quando o vôo fica
turbulento. Por quê? Porque são produto de um evangelho humanista. Estes
crentes vêm a Jesus sem arrependimento, sem o qual não há
salvação.
Recentemente, estive na Austrália ministrando e... – a propósito a
Austrália é um pequeno país na costa da Nova Zelândia – ...preguei sobre
pecado, a Lei, justiça, santidade, julgamento, arrependimento e inferno, e
não me surpreendi com a quantidade de pessoas que quiseram “entregar seus
corações a Jesus”. Na verdade, o ambiente ficou muito tenso. Depois do
evento, disseram-me: “Há um jovem rapaz lá atrás que quer entregar sua vida a
Cristo.” Eu fui lá e encontrei um jovem que nem conseguia fazer a oração de
entrega, de tão desesperadamente que chorava. Aquilo para mim foi muito
encorajador, pois, por muitos anos, sofri de “frustração evangélica”. Eu
queria tanto que os pecadores respondessem ao Evangelho egocêntrico que eu
pregava. A essência do que pregava era mais ou menos o seguinte: “Você nunca
encontrará a paz verdadeira sem Jesus Cristo; você tem um grande vazio em seu
coração que só mesmo Deus pode preencher.” Eu pregava Cristo crucificado e,
só no finalzinho, pregava arrependimento. Quando alguém respondia ao apelo,
eu abria um dos meus olhos e pensava: “Ah, não! Esse cara quer dar o seu
coração a Jesus, mas há uma probabilidade de 80% de ele vir a desviar-se.
Estou cansado de criar desviados. Preciso ter certeza de que ele sabe mesmo o
que está fazendo. É melhor que esteja sendo sincero!” Assim, me aproximaria
do rapaz com um espírito da Gestapo Nazista. Chegaria bem pertinho dele e
diria: “O que focê querr?” Ele diria: “Estou aqui para tornar-me um cristão.”
Eu argumentaria: “Tem certeza?” Ele responderia: “É. Tenho.”, Eu tornaria a
perguntar: “Você tem realmente certeza?”. Ele diria: “É. Podes crer.” “Tá
certo, vou orar com você, mas é melhor que você ore com sinceridade, do
fundo do seu coração. Agora repita esta oração comigo! ‘Ó, Deus, eu sou um
pecador’” Ele dizia: “Ah, é... Deus, eu sou um pecador!” No que eu pensava:
“Por que será que não há nenhum sinal claro de quebrantamento. Não há sinal
visível de que este jovem possa estar no seu íntimo realmente arrependido de
seus pecados” Foi então, que entendi qual era o motivo: ele estava sendo 100%
sincero. Ele estava tomando sua decisão de todo o seu coração. Ele
sinceramente queria dar uma experimentada neste Jesus para ver no que dava.
Já tinha experimentado sexo, drogas, materialismo, álcool. Ele pensava assim:
“Já experimentei uma porção de coisas na vida. Por que então não experimentar
esse tal de Jesus para ver se Ele é tudo isso mesmo que esses crentes dizem
que ele é: alegria, amor, realização, felicidade duradoura.” O jovem não
estava ali para fugir da ira vindoura, pois eu não tinha pregado que havia
ira alguma por vir! Isso estava fazendo uma falta terrível nas minhas
mensagens. O jovem não estava quebrantado, pois ele nem mesmo sabia o que era
o pecado. Lembram de Romanos 7:7? Paulo disse que não conheceu o pecado senão
pela Lei. Como alguém pode a vir a searrepender se nem mesmo sabe o que é o
pecado? Então, qualquer coisa que nós venhamos a chamar de arrependimento vem
a ser algo que chamo de arrependimento horizontal. A pessoa sente remorso por
ter mentido para as pessoas, roubado das pessoas, etc. Mas, quando David
pecou com Bate-Seba e quebrou todos os Dez Mandamentos de uma só vez – quando
cobiçou a mulher do próximo, viveu uma mentira, roubou a mulher do próximo,
cometeu adultério, desonrou seus pais e, portanto, desonrou a Deus – ele não
disse: “Eu pequei contra Urias” O que ele disse foi: “Pequei contra Ti,
contra Ti somente, e fiz o que era mal à Tua vista.” (Salmo 51:4). Quando
José foi tentado sexualmente, ele disse: “Como poderia eu fazer tal coisa e
pecar contra Deus?” (Gênesis 39:9). O filho pródigo disse: “Eu pequei contra
o Céu” (Lucas 15:21). Paulo pregava “arrependimento para com Deus (Atos
20:21). E a Bíblia diz: “A tristeza segundo Deus produz arrependimento” (2
Coríntios 7:10). Então, quando a pessoa não entende que o pecado é
primariamente vertical, ela simplesmente conseguirá exercitar arrependimento
superficial, experimental e horizontal – e se desviará quando vierem a
tribulação, a tentação e a perseguição.
A.B. Earl disse: “Descobri através de extensa experiência que as mais
sérias ameaças da Lei de Deus têm um papel importantíssimo na condução das
pessoas a Cristo. Elas precisam se ver perdidas antes de clamar por
misericórdia; elas não fugirão do perigo até que o enxerguem.” Agora,
gostaria que vocês fizessem algo incomum. Não vou fazê-los passar vergonha.
Dou minha palavra. Mas, gostaria de perguntar-lhes quantos de vocês estavam
pensando em outra coisa enquanto eu estava lendo a citação de A.B. Earl.
Quero admitir algo para vocês. Eu mesmo estava pensando em outra coisa
enquanto lia a citação! Sabem o que estava pensando? “Ninguém está me
ouvindo. Eles estão pensando em outra coisa.” Então, para ressaltar um ponto
importante, gostaria que vocês fossem realmente honestos comigo. Se você
estava pensando em outra coisa e não faz a menor idéia do que A.B. Earl
disse, levante sua mão bem alto, bem alto. Geralmente, uns 70% das pessoas
levantam a mão. Vamos lá, estamos quase nos 70%. Muito bem, pastor, obrigado,
por sua honestidade.
A.B. Earl foi um famoso evangelista do século XIX que teve mais de
150.000 convertidos para substanciar suas afirmações. Satanás não quer que
vocês escutem o que eu estou dizendo, então, prestem bastante atenção.
A.B. Earl disse: “Descobri através de extensa experiência que as mais
sérias ameaças da Lei de Deus têm um papel importantíssimo na condução das
pessoas a Cristo. Elas precisam se ver perdidas antes de clamar por
misericórdia; elas não fugirão do perigo até que o enxerguem.”
É mais ou menos assim: tente salvar alguém de se afogar quando a
pessoa não acredita estar se afogando e veja se ela vai ficar muito contente
com você. Você a vê no lago e pensa: “Acho que ela está se afogando. Sim,
acho que está se afogando mesmo.” Aí, você pula na água e a arrasta até a
areia sem dizer coisa alguma. Ela não ficará muito contente com você, pode
ter certeza. Ela não vai querer ser salva até ver que está correndo perigo.
Da mesma forma, os pecadores não fugirão da ira vindoura sem antes a
enxergarem!
Veja bem: se você viesse a mim e dissesse: “Olha, Ray. Isso aqui é a
cura para o Mal de Groaninzin. Vendi minha casa para levantar o dinheiro para
comprar esse remédio. Tome. É um presente para você”. Provavelmente eu
reagiria assim: “O que? Cura para o que? Mal de Groaninzin? Você vendeu sua
casa para levantar o dinheiro para comprar esse remédio? E está me dando de
presente? Ora, muito obrigado. Tchau... Esse cara é louco.” Sabe, essa seria
provavelmente a maneira como eu reagiria se você vendesse sua casa para
comprar o remédio para me curar de uma doença da qual jamais ouvi falar.
Ainda mais se viesse oferecê-lo a mim gratuitamente – acharia você muito
estranho.
Mas, se ao invés disso, você chegasse a mim e dissesse: “Ray, você
está com o Mal de Groaninzin. Já consigo ver dez claros sintomas em sua pele.
Você morrerá em duas semanas.”, eu me convenceria de que tinha a doença (já
que os sintomas eram tão evidentes) e diria: “Oh! O que farei agora?” Nisso,
você responderia: “Não se preocupe. Tenho aqui a cura para sua doença. Vendi
minha casa para comprar este remédio. Tome. É um presente para você.” Nessa
situação, eu não desprezaria seu sacrifício. Ao contrário, ficaria grato e
tomaria posse dele. Por quê? Porque, ao enxergar a doença que me consumia,
desejei a cura.
Lamentavelmente, o que tem acontecido nos Estados Unidos e no Mundo
Ocidental é que temos pregado a cura sem primeiro convencermos da doença.
Temos pregado o Evangelho da graça sem primeiro convencer os pecadores da
Lei, ou seja, que são transgressores. Como conseqüência desta pregação, que
oferece a graça primeiro, quase todas as pessoas que tento evangelizar no sul
da Califórnia e no Cinturão Bíblico já “nasceram de novo” umas seis ou sete
vezes. Quando digo: “Você precisa entregar sua vida a Jesus Cristo.” A
resposta que sai quase que instantaneamente é: “Ah, já fiz isso quando tinha
sete, onze, dezessete, vinte e três, vinte e oito, trinta e dois anos de
idade...” Na hora, você sabe que o indivíduo não é Cristão. Ele é um
fornicador. É um blasfemo, mas acha que é salvo porque “nasceu de novo”. O
que está acontecendo? Ele está usando a graça de nosso Deus para dar ocasião
à carne. Não reconhece nem estima o sacrifício de Jesus. Para ele, não há
nada de mais em pisar o sangue de Cristo (Hebreus 10:29). Por quê? Por
que jamais se convenceu de que tinha a doença e, portanto, não é grato pela
cura.
O Evangelismo Bíblico é sempre, sem exceção, Lei para os soberbos e
Graça aos humildes. Não existe uma passagem na Bíblia onde Jesus ofereça o
Evangelho, as Boas Novas, a Cruz ou a Graça de Deus a uma pessoa soberba,
arrogante e que se considera boa aos próprios olhos. Não mesmo. Com a Lei,
Ele quebra o coração duro, e com o Evangelho, cura o coração quebrantado. Por
quê? Porque Ele sempre fez aquilo que agrada ao Pai. Deus resiste aos
soberbos e dá graça aos humildes (Tiago 4:6; 1 Pedro 5:5). “Todos os
soberbos de coração”, dizem as Escrituras, “são abominação ao Senhor”
(Provérbios 16.5).
Jesus nos disse para quem é o Evangelho. Disse assim: “O Espírito do
Senhor está sobre mim, porquanto me ungiu para anunciar boas novas aos
pobres; enviou-me para proclamar libertação aos cativos, e restauração da
vista aos cegos.” (Lucas 4:18). Estas são declarações espirituais. Os pobres
(humildes) em espírito. Os quebrantados de coração (Isaías 57:15), os cativos
são aqueles que Satanás tem mantido presos à sua vontade (2 Timóteo 2:26) e
os cegos são aqueles que o deus desse mundo tem cegado para que a luz do
Evangelho não brilhe sobre eles (2 Coríntios 4:4). Somente os enfermos
precisam de médico (Marcos 2:17) e somente aqueles que estão convictos
de que têm a doença ficarão gratos e se apropriarão da cura.
Vejamos alguns exemplos do uso da Lei com os soberbos e graça com os
humildes. Lucas 10:24. Ah! Quando eu citar uma referência aqui do púlpito,
repetirei duas vezes, pois sei que há homens presentes – e os homens precisam
escutar as coisas duas vezes para poderem entender... Os homens precisam
escutar as coisas duas vezes. E isso é sustentado biblicamente. Quando Deus
fala com homens na Bíblia, Ele usa seus nomes duas vezes: “Abraão, Abraão...
Saul, Saul... Moisés, Moisés... Samuel, Samuel...” Porque os homens precisam
escutar as coisas duas vezes. As mulheres apenas uma. Eu não sei quantas
vezes nos cultos o pregador dizia “Lucas 10:25” e eu me virava para minha
esposa e dizia: “O que foi que ele disse?”. Ela respondia: “Lucas 10:25”. Aí
eu dizia: “Obrigado, querida!” AUXILIADORA IDÔNEA. Foi por isso que Deus
criou as mulheres: porque os homens não conseguem se virar sozinhos. O
negócio é assim: Os homens perdem as coisas. As mulheres as acham. “Onde
estão as chaves, querida?” “Bem no seu nariz, querido.” Sabem, eu não sei quantas
vezes já abri o armário e disse: “Não tem mais doce, meu docinho” e ela
respondeu: “Está aqui, querido.” Onde os homens estariam sem as mulheres?
Hein? Ainda estariam no Jardim do Éden! Foi Eva quem achou a árvore. Adão nem
mesmo sabia o que estava se passando. Na verdade, se observarmos o processo
de criação da mulher, a Bíblia diz que, para criar a mulher, Deus colocou o
homem em um profundo sono. Mas, não diz se ele jamais conseguiu acordar desse
sono!
Em Lucas 10:25, vemos um certo advogado se levantar e tentar Jesus.
Este homem não é um advogado comum, mas um professo especialista na Lei de
Deus. Ele levantou-se e disse a Jesus: “Como posso alcançar a vida eterna?” O
que foi que Jesus fez? Deu-lhe a Lei. Por quê? Porque o homem era soberbo,
arrogante e se considerava muito bom. Eis um professo especialista na Lei de
Deus tentando o próprio Filho de Deus. Pois, na verdade, o espírito por trás
de sua pergunta era: “E o que você acha que devemos fazer para alcançar a
vida eterna?” Por isso, Jesus aplicou-lhe a Lei, dizendo: “O que está escrito
na Lei?” Qual a sua leitura dela?” No que o advogado responde: “Ah, deves
amar o Senhor teu Deus de todo o teu coração, entendimento, alma e força; ama
o teu próximo como a ti mesmo.” Jesus afirmou-lhe: “Faça isso e viverás.” As
Escrituras continuam dizendo: “Mas, ele, querendo justificar-se, disse
a Jesus: ‘Quem é o meu próximo?” A Bíblia Viva mostra de maneira mais clara o
efeito da Lei sobre o homem. Ela diz: “O homem quis justificar sua falta de
amor por certos tipos de pessoas; então perguntou: “Quais próximos?” Vejam
só, ele não tinha problemas com os Judeus, mais não gostava dos Samaritanos.
Então, Jesus contou-lhe a história que chamamos de “O Bom Samaritano” que não
era “bom” em absoluto. Amando o seu próximo tanto quanto amava a si mesmo,
ele meramente obedeceu aos requerimentos básicos da Lei de Deus. E o efeito
da essência da Lei, a espiritualidade da Lei (daquilo que a Lei exige em
verdade), foi calar a boca do homem. Percebam, ele não amava seu próximo no
nível exigido pela Lei. A Lei foi aplicada para calar todas as bocas e deixar
o mundo inteiro culpado diante de Deus.
De maneira parecida, em Lucas 18:18, o jovem rico chegou a Jesus,
dizendo: “Como alcançarei a vida eterna?” Eu fico me perguntando como a
maioria de nós reagiria se alguém se aproximasse e dissesse: “Como posso
alcançar a vida eterna?” Certamente diríamos: “Ó... rápido! Faça essa oração
antes que você mude de idéia!” Mas, o que foi que Jesus fez com o Seu
convertido em potencial? Ele aplicou-lhe a Lei. Deu-lhe cinco Mandamentos
horizontais, mandamentos em relação ao seu próximo e, quando o homem afirmou:
“Ah! Esses eu tenho guardado desde minha mais tenra idade.”, Jesus
respondeu-lhe: “Uma coisa ainda vos falta” e usou a essência do primeiro dos
Dez Mandamentos: “Eu sou o Senhor vosso Deus... Não tereis outros deuses além
de mim” (Êxodo 20:2-3). Jesus mostrou ao jovem que o seu deus era o dinheiro,
e que não se pode servir Deus e a Mamon. (Mateus 6:24). Lei para os soberbos!
Também vemos a graça sendo dada aos humildes, como no caso de
Nicodemos (João 3). Nicodemos era um dos líderes dos Judeus. Era mestre em
Israel. Portanto, era completamente versado na Lei de Deus. Era humilde de
coração porque veio a Jesus e reconheceu a Deidade do Filho de Deus. Um líder
em Israel? “Sabemos que vens de Deus, pois nenhum homem pode fazer tais
milagres a não ser que Deus esteja com Ele.” Então, Jesus deu a ele – alguém
que sinceramente buscava a verdade, alguém de coração humilde e possuidor do
conhecimento do pecado através da Lei – as Boas Novas da multa tendo sido
paga e “de Deus amando o mundo de tal maneira que sacrificou seu unigênito
Filho”. Assim, a mensagem não pareceu loucura para Nicodemos, mas o “poder de
Deus para salvação.”
Algo parecido ocorreu também no caso de Natanael (João 1:43-51).
Natanael era um Israelita criado de fato debaixo da Lei, em quem não havia
dolo nem engano. Obviamente, a Lei foi a professora (aIio) que conduziu esse
judeu a Cristo.
Algo similar também ocorreu com os Judeus no dia de Pentecostes
(Atos 2). Eles eram Judeus devotos que, portanto, comiam, bebiam e dormiam a
Lei de Deus. Matthew Henry, o Comentarista da Bíblia, disse que a razão pela
qual eles estavam reunidos no Dia de Pentecostes era para celebrar a entrega
da Lei de Deus no Monte Sinai. Então, quando Pedro levantou-se para pregar
para esses Judeus, ele não pregou sobre a ira vindoura. Não, a Lei aponta
para a ira de Deus. Eles já sabiam disso. Não pregou sobre justiça ou
julgamento. Nada disso. Apenas contou-lhes as Boas Novas da dívida sendo
paga, o que os atingiu no coração e eles clamaram: “Irmãos, o que faremos?”
(versículo 37). A Lei foi o aio para conduzir-lhes a Cristo para que pudessem
ser justificados pela fé em Seu sangue. Como escreveu o compositor (William
R. Newell) de um famoso hino: “Pela palavra de Deus, finalmente, meu pecado
enxerguei; tremi, então, diante da Lei que rejeitara, até que, minha pecadora
alma, implorando, virou-se em direção ao Calvário.”
Em 1 Timóteo 1:8 está escrito: “Sabemos, porém, que a lei é boa se
alguém dela usar com o propósito para o qual foi criada” A Lei de Deus é boa
se for usada legitimamente para o propósito para o qual foi criada. Bem, com
que propósito a Lei foi criada? O versículo seguinte nos informa: “A
Lei não foi feita para os justos, mas para os ímpios.” e nos dá
uma lista de tipos de ímpios: homossexuais, fornicadores. Se você quiser
conduzir um homossexual a Cristo, não discuta com ele sobre sua perversão,
pois ele estará pronto para você com suas luvas de boxe. Não, não.
Aplique-lhe os Dez Mandamentos. A Lei foi feita para os homossexuais.
Mostre-lhe que ele está condenado apesar de sua perversão.
Se você quiser levar um Judeu para Cristo, solte o peso da Lei sobre
ele. Deixe que ela prepare o seu coração para a graça como ocorreu no Dia de
Pentecostes. Se você quiser conduzir um Mulçumano a Cristo, dê-lhe a Lei de
Moisés – eles aceitam Moisés como profeta. Bem, dê-lhes a Lei de Moisés e
livre-os de sua auto-justiça. Em seguida, leve-os ao ensangüentado pé da
cruz. Ouvi falar de um Mulçumano que leu nosso livro O Maior Segredo
do Diabo e Deus seguramente o salvou, puramente através da leitura
do livro. Por quê? Porque a Lei de Deus é perfeita para converter a alma.
Pensem na mulher apanhada em ato de adultério (João 8:1-11) – violação
do sétimo mandamento. A Lei exigia o seu sangue (Levítico 20:10) e ela se
encontrava em uma situação muito difícil. Não tinha saída, a não ser
lançar-se aos pés do Filho de Deus por misericórdia; e essa é a função da Lei
de Deus.
Paulo falou de estar guardado debaixo da Lei (Gálatas 3:23) – a Lei
condena. Diz-se por aí: “Você não pode sair por aí condenando os pecadores!”
Santos, eles já estão condenados. João 3:18: “Aquele que não crê já está
condenado.” Só o que a Lei faz é mostrar aos pecadores o seu verdadeiro
estado.
Senhoras, vocês vão bem entender esta ilustração: A mesa de sua sala
está precisando de limpeza. Então, você vai e limpa. A poeira some. Então,
você abre as cortinas e deixa o sol da manhã entrar. O que vê sobre a mesa?
Poeira! O que vê no ar? Poeira! Foi a luz que criou a poeira? Não, a luz
meramente expôs a poeira. E quando você e eu decidimos abrir as cortinas (o
véu) do Santos dos Santos e deixamos a luz da Lei de Deus brilhar sobre os
corações dos pecadores, só o que ocorre é que eles passam a enxergar-se de
maneira verdadeira. “Porque o mandamento é lâmpada, e a instrução luz”
(Provérbios 6:23). Foi por esta razão que Paulo disse: “Pela Lei vem o
conhecimento do pecado” (Romanos 3:20). Foi por isso que ele disse: “pelo
mandamento o pecado se manifestou excessivamente maligno.” (Romanos 7:13). Em
outras palavras, a Lei o mostrou o pecado em sua verdadeira luz.
Bom, geralmente a esta altura do ensinamento, eu cobriria os Dez
Mandamentos um a um, mas, o que vou fazer é compartilhar como eu pessoalmente
evangelizo, pois creio que isso será mais benéfico.
Vejam, eu creio firmemente em seguir os passos de Jesus. Jamais,
jamais mesmo, eu abordaria alguém e diria: “Jesus te ama.” Totalmente
anti-bíblico. Não há precedente para isso nas Escrituras. Também não chegaria
a alguém e diria: “Gostaria de falar-lhe sobre Jesus Cristo.” Por quê? Porque
se quisesse acordar alguém de um profundo sono, não usaria uma lanterna em
seus olhos, pois isso o ofenderia. O que faria seria aumentar a luz bem
gentilmente. Primeiro no nível natural e depois no espiritual. Por quê?
Porque “homem natural não recebe as coisas do espírito de Deus; nem consegue
discerni-las. São loucura para ele, pois são espiritualmente compreendidas”
(1 Coríntios 2:14).
O precedente para Evangelismo pessoal é dado nas Escrituras em João 4.
Lá, podemos ver o exemplo de Jesus com a mulher samaritana. Jesus começou no
nível natural, mudou para o espiritual, trouxe a ‘convicção de pecado’ usando
o Sétimo Mandamento, e então Se revelou como o Messias. Assim, quando
encontro alguém, falo do clima, esportes, etc: deixo que a pessoa perceba um
pouco de ‘juízo’ em mim. Conheço um pouco mais da pessoa. Conto uma piada
aqui, outra ali, e em seguida, deliberadamente mudo do nível natural para o
nível espiritual. Faço isso com panfletos evangelísticos. Temos em torno de
24 ou 25 “panfletos” (brindes) evangelísticos; somos um ministério ao corpo
de Cristo. Já imprimimos milhões de “panfletos evangelísticos” e nossos
“brindes” são realmente incomuns. Se você tiver acesso a eles, você vai
precisar andar sempre com um montão deles, porque as pessoas vão persegui-lo
pedindo mais. Deixe-me dar um exemplo. Este aqui é o nosso “panfleto” de
ilusão de ótica. Qual dos dois é maior? Conseguem enxergar? O cor-de-rosa
parece maior? Vêem isso? Para aqueles que estão ouvindo esta mensagem em um
CD... Eles são do mesmo tamanho. É uma ilusão de ótica. Digo às pessoas: “Na
verdade isso é um panfleto evangelístico; as instruções estão no verso... como
ser salvo, de fato.” Aí, digo: “Pode ficar com ele” No que a pessoa responde:
“Hei, obrigado! É ótimo... Puxa!”
Continuo dizendo: “Tenho outro presente para você” e do meu bolso eu
tiro um “centavo com os Dez Mandamentos”. Temos uma máquina que faz isso.
Compramos os centavos novinhos no banco; lindos centavos que colocamos em
nossa máquina que os prensa (e também serve para amassar o seu dedão se você
ficar parado). Bom, a máquina prensa os centavos. O que não é contra a lei,
pois isto é considerado arte. Não se trata de deformar um centavo. Então, eu
digo: “Olha um presente para você.”, no que a pessoa responde: “O que é
isso?” Eu digo: “É um centavo com os Dez Mandamentos. Fiz com meus dentes...
A letra ‘i’ é fácil, mas a letra ‘e’ dá bastante trabalho.”
Sabe, o que estou fazendo é lançar um teste para ver se ele está
aberto às coisas espirituais. Se ele, de maneira negativa, disser: “Dez
Mandamentos? Muito obrigado.”, ele não está aberto. Mas, a reação de costume
é: “Dez Mandamentos... Puxa, obrigado! Valeu mesmo.” Então, eu digo: “Ah,
você acha que tem guardado os Dez Mandamentos?” Ele responde: “Ah, sim...
acho que sim.” Eu o convido: “Vamos dar uma olhadinha neles? Já contou
alguma mentira em sua vida?” Ele diz: “Ah, sim... é... uma ou duas.” Eu pergunto:
“O que isso faz de você?” Ele diz: “Um pecador.” Eu insisto: “Não, não. Especificamente,
o que isso faz de você?” Ele responde: “Hei, cara, eu não sou mentiroso.” Eu
pergunto: “Quantas mentiras você precisa contar para ser considerado
mentiroso? Não é verdade que se você contar pelo menos uma mentira, isso já
faz de você um mentiroso?” Ele diz: “É... acho que você está certo.” Eu
pergunto: “Já roubou alguma coisa em sua vida? Mesmo algo de pouco valor?” e
ele diz: “Não” Então, digo: “Espere aí, você acabou de admitir que é um
mentiroso.” e pergunto: “O que isso faz de você?” Ele diz: “Um ladrão.”
Continuo dizendo: “Jesus disse que se você olhar para uma mulher para
cobiçá-la, você comete adultério com ela em seu coração.” (Mateus 5:28). Já
fez isso? Ele responde: “Já. Uma porção de vezes.” Então, por sua própria
admissão, você é um mentiroso, um ladrão e adúltero de coração, e terá que
enfrentar a Deus no Dia do Julgamento; e olha que nós apenas usamos três dos
Dez Mandamentos. Há mais outros sete com os seus canhões apontados para você.
Você alguma vez já usou o nome de Deus em vão?” “É... tenho tentado parar.”
Então o questiono: “Sabe o que você está fazendo? Ao invés de usar uma
palavra nojenta de cinco letras que começa com ‘m’ para expressar sua raiva,
você está usando o nome de Deus em seu lugar. Isso se chama blasfêmia; e a
Bíblia diz: “De toda palavra frívola que alguém proferir, dela prestará
contas no Dia do Julgamento’ (Mateus 12:36). “O Senhor não terá por inocente
aquele que tomar Seu nome em vão.” (Êxodo 20:7) A Bíblia diz que se você
odeia alguém, você é assassino (1 João 3:15).
Agora, o maravilhoso sobre a Lei de Deus é que Deus se ocupou de
escrevê-la em nossos corações. Romanos 2:15: “pois mostram a obra da lei
escrita em seus corações, testificando juntamente à sua consciência...”
A palavra consciência significa “com conhecimento”. “Con” quer dizer
“com” e “ciência” significa “conhecimento”. Consciência. Então,
toda vez que ele mente, cobiça [sexualmente], fornica, blasfema, comete
adultério, faz isso com conhecimento de que isso é errado.
Deus deu luz a todas as pessoas. O Espírito Santo os convence do pecado, da
justiça e do julgamento (João 16:8). O pecado que é transgressão da lei (1
João 3:4); a justiça que é da Lei (Romanos 10:5; Filipenses 3:9); julgamento
que é pela Lei. Sua consciência o acusa – a obra da Lei escrita em seu
coração (Romanos 2:15) – e a Lei o condena.
Então, digo “Se Deus o julgar por este padrão no Dia do Julgamento,
você será inocente ou culpado?” Ele diz: “Culpado.” Então, digo assim: “E
você acha que vai para o céu ou inferno?” e a resposta de costume é: “Para o
céu.” – um produto do “evangelho” moderno. Eu pergunto: “Por que acha isso?
Seria porque você acha que por Deus ser bom Ele vai relevar os seus pecados?”
Ele responde: “É isso aí. Ele vai relevar os meus pecados.” “Bem, tente isso
em um tribunal. Imagine que você cometeu estupro, assassinato, tráfico de
drogas – vários graves crimes. O juiz diz: ‘Você é culpado. Todas as provas
estão aqui. Tem alguma coisa a dizer antes de eu proferir sua sentença?” Você
responde: “Sim, Senhor Juiz. Gostaria de dizer que acredito que o senhor é um
bom homem e vai relevar meus crimes.” O juiz provavelmente diria: “Tem razão
em relação a uma coisa: sou mesmo um bom homem e, por causa de minha bondade,
me certificarei que a justiça seja feita. Por causa da minha bondade, vou me
certificar de que você seja punido.” E a mesmíssima coisa que os pecadores
acham que há de salvá-los no Dia do Julgamento – a bondade de Deus
– será o que vai condená-los. Por Deus ser bom, Ele deve, por natureza,
punir todos os assassinos, estupradores, ladrões, mentirosos, fornicadores e
blasfemos. Deus vai punir o pecado onde quer que ele se encontre.
Ora, com esse conhecimento, o pecador passa a ser capaz de compreender
a mensagem. Ele, agora, tem a luz necessária para entender que seu pecado é
primeiramente vertical: que “pecou contra o Céu” (Lucas 15:21). Que violou a
Lei de Deus e irou a Deus e que sobre ele a
ira de Deus permanece (João 3:36). Agora ele pode ver que
foi “pesado na balança” da justiça eterna e “foi achado em falta” (Daniel
5:27). Agora entende a necessidade de um sacrifício. “Cristo nos redimiu da
maldição da Lei fazendo-se maldição por nós.” (Gálatas 3:13). “Deus
demonstrou Seu amor por nós, pois enquanto ainda éramos pecadores, Cristo
morreu por nós” (Romanos 5:8). Nós quebramos a Lei. Cristo pagou a multa. É
simples assim. E se as pessoas se arrependerem e colocarem sua fé em Jesus,
Deus cancelará os seus pecados para que no Dia do Julgamento, quando o
processo for reaberto, Deus possa dizer: “Seu processo foi encerrado por
falta de provas.” “Cristo nos redimiu da maldição da Lei fazendo-se maldição
por nós” e, portanto, o redimido passa a exercitar o arrependimento para com
Deus, a fé em nosso Senhor Jesus Cristo (Atos 20:21), coloca sua mão ao arado
e não olha para trás, pois agora está apto para o reino (Lucas 9:62). A
palavra apto significa “pronto para o uso”. O solo de seu coração foi
transformado para que pudesse receber as palavras gravadas que podem salvar
sua alma (Tiago 1:21)
Bom, eu não tenho tempo para compartilhar muitas citações com vocês,
mas elas estão no material impresso que vocês receberam. Estou certo que
vocês reconhecerão estes nomes: John Wycliffe, o tradutor da Bíblia. Ele
disse: “O maior serviço que alguém pode fazer na terra é pregar a Lei de
Deus.” Por quê? Porque a Lei conduz os pecadores à fé no Salvador, à vida
eterna.
Martinho Lutero disse: “O primeiro dever do pregador do Evangelho
é declarar a Lei de Deus e expor a natureza do pecado.” De fato, conforme
lemos estas citações, reconhecemos nestes homens uma convicção tão grande que
podemos sentir seus dentes travados. Esses homens disseram coisas do tipo:
“Se não usarmos a Lei na proclamação do Evangelho, encheremos nossas igrejas
de falsos convertidos.” Pessoas com um coração cujo solo é pedregoso e que
apenas inicialmente recebem a mensagem com alegria.
Escutem só o que Martinho Lutero disse também: “Satanás, o deus de
toda dissensão levanta novas seitas diariamente. Uma de suas manobras mais
recentes, que eu jamais suspeitaria poder vir a existir, foi de levantar uma
seita na qual se prega que as pessoas não deveriam ter medo da Lei, e na qual
as pessoas são gentilmente exortadas pela pregação da graça de Cristo”, o que
resume perfeitamente uma grande parte do evangelismo moderno.
John Wesley disse a um jovem amigo evangelista: “Pregue 90% lei
e 10% graça” Então, pode-se questionar: “90% Lei e 10% graça? Muito pesado.
Será que não dava para ser 50% para cada uma?” Pense assim: Eu sou o médico,
você o paciente. Você tem uma doença terminal. Eu tenho a cura, mas é
absolutamente essencial que você esteja totalmente comprometido com a cura,
pois, se não estiver 100% comprometido, não funcionará. Como devo lidar com
essa situação? Provavelmente assim: “Venha cá. Sente-se. Tenho
notícias muito sérias para dar-lhe: você tem uma doença terminal.” Você
começa a tremer. Eu penso comigo mesmo: “Ótimo. Ele está começando a perceber
a seriedade da situação.” Apresento gráficos, raios-X, mostro-lhe a doença
consumindo seu organismo. Falo-lhe por Dez Minutos sobre
esta terrível doença. Quanto tempo, então, você acha que eu terei que falar
da cura? Não muito tempo. Então, quando você estiver tremendo depois dos dez
minutos, eu digo: “A propósito, eis a cura.” Você agarra o medicamento e o
engole com vontade. Seu conhecimento da doença e de sua horrível conseqüência
fez com que desejasse a cura.
Sabem, antes de eu ser Cristão, eu tinha tanto desejo de justiça
quanto um garoto de quatro anos tem pela palavra “banho”. Qual a questão?
Jesus disse: “Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça.” Mas,
quantos descrentes você conhece que tem fome e sede de justiça? A Bíblia diz:
“Não há quem busque a Deus.” (Romanos 3:11). Ela diz que eles amam a
escuridão e odeiam a luz; não virão à luz, a não ser que seus feitos sejam
expostos (João 3:19-20). A única coisa que bebem como se fosse água é a
iniqüidade (Jó 15:16). Contudo, na noite em que fui confrontado com a
natureza espiritual da Lei de Deus e entendi que Deus exige a verdade no
íntimo (Salmo 51:6), que Ele via meus pensamentos e considerava a lascívia
como o mesmo que adultério, e ódio como homicídio, comecei a pensar: “Vejo
que estou condenado. O que preciso fazer para me acertar?” Comecei a sentir
sede de justiça. A Lei pôs sal em minha língua. Ela foi o aio para me levar a
Cristo.
Charles Spurgeon disse: “Não aceitarão a graça até tremerem diante de
uma Lei justa e santa.” D.L. Moody, John Bunyan, John Newton, que escreveu
“Maravilhosa Graça” (e se alguém podia falar sobre graça com tanta
propriedade esse era Newton). John Newton disse que “a correta compreensão da
harmonia entre Lei e Graça nos preserva de ser enredados por erros tanto na
mão direita quanto na esquerda.”
Charles Finney disse “Cada vez mais, a Lei deve preparar o
caminho para o Evangelho.” Disse ainda: “Negligenciar isto na instrução das
almas certamente resultará em falsa esperança, na introdução de um padrão
falso da experiência Cristã, e encherá a igreja de falsos convertidos.”
Santos, esta foi a primeira frase que David Wilkerson disse a mim
quando me ligou do telefone do seu carro: “Eu pensava que era o único que não
acreditava em ‘acompanhamento.’” Vejam, eu acredito que devemos alimentar um
novo convertido; Creio que devemos nutri-lo. Creio que devemos discipulá-lo –
isto é bíblico e extremamente necessário. Mas, não acredito em fazer
‘acompanhamento’. Não consigo encontrar tal prática nas Escrituras. O Eunuco
Etíope foi deixado sem ‘acompanhamento’ algum. Como ele conseguiu sobreviver?
Tudo o que ele tinha era Deus e as Escrituras. ‘Acompanhamento’...
Bem, deixem-me primeiro explicar o que é ‘acompanhamento’ para aqueles que
não sabem o que é isso. ‘Acompanhamento’ é quando conseguimos decisões para
Cristo, ou através de cruzadas ou na igreja local, e designamos obreiros para
fazer a colheita, sendo tão poucos quanto os obreiros já são, diga-se de
passagem, dando-lhes a desanimadora tarefa de correr atrás destas decisões para
se certificar de que prosseguirão com Deus. Isso na verdade é uma triste
admissão da quantidade de confiança que nós temos no poder de nossa mensagem
e no poder sustentador de Deus. Se Deus os salvou, Deus os sustentará. Se
forem nascidos de Deus, jamais morrerão. Se Ele começou uma boa obra neles,
Ele a completará até aquele dia (Filipenses 1:6); Se Ele for o autor de
sua fé, Ele será [também] o consumador de sua fé (Hebreus 12:2). Ele pode
também salvar perfeitamente os que por Ele se chegam a Deus (Hebreus 7:25).
Ele é capaz de sustentá-los para que não caiam e apresentá-los imaculados e
jubilosos diante de Sua presença e glória (Judas 24). Jesus disse: “Ninguém
irá arrebatá-los da mão de meu Pai” (João 10:29).
Vejam, santos, o problema é que Lázaro já está com quatro dias
de morto (João 11). Podemos entrar na tumba correndo, podemos puxá-lo para
fora, podemos colocá-lo de pé, podemos abrir os seus olhos, mas ele “cheira
mal” (versículo 39). Ele precisa ouvir a voz do Filho de Deus. Os pecadores
estão mortos “há quatro dias” em seus pecados. Podemos correr a eles e dizer:
“Façam esta oração.” Ainda assim, precisarão ouvir a voz do Filho de Deus, ou
não haverá vida neles; e o que prepara o ouvido dos pecadores para ouvir a
voz do Filho de Deus é a Lei. É o aio para levá-los a Cristo para que possam
ser justificados pela fé (Gálatas 3:24). Santos, a Lei funciona; ela converte
a alma (Salmo 19:7). Torna a pessoa uma nova criatura em Cristo: “As coisas
velhas já passaram; eis que tudo se fez novo.” (2 Coríntios 5:17). Então,
quando encontrar um pecador, experimente a Lei nele. Mas, ao fazer isso,
lembre-se desta anedota:
Você está viajando em um avião, saboreando seu café, beliscando
um biscoitinho e assistindo um filme. O vôo está ótimo, muito agradável mesmo,
quando, repentinamente, se ouve: “Aqui quem fala é o comandante. Tenho um
comunicado a todos. Como a cauda desta aeronave acabou de partir-se, nós
vamos cair. É uma queda de 25.000 pés. Há um pára-quedas sob sua poltrona.
Por gentileza, coloque-o agora. Obrigado por sua atenção e preferência.” Você
diz: “O que? 25.000 pés!? Caramba, que felicidade estar de pára-quedas!” Aí,
você olha e vê o cara ao lado beliscando um biscoitinho, tomando um cafezinho
e assistindo um filminho e diz: “Com licença, você não ouviu o comandante?
Coloque o pára-quedas.” Ele vira para você e diz: “Ah, não acho que o
comandante se expressou direito. Além do mais, estou muito feliz assim.
Obrigado.” Agora, não vá se virar para ele de maneira sinceramente zelosa e
dizer: “Oh, por favor, coloque o pára-quedas. Será melhor que o seu filme.”
Isso não faz sentido! Se você lhe disser que o pára-quedas, de alguma forma,
vai melhorar o seu vôo, ele vai colocá-lo pelo motivo errado. Se quiser que
ele coloque o pára-quedas e continue com ele, avise-o sobre o salto. Vire-se
para ele e diga: “Com licença. Ignore o comandante se quiser, salte sem o
pára-quedas. Ploooooft no chão!” Ele diz: “Opa! Como é que você disse?” “Eu
disse que se você pular sem um pára-quedas, ploft no chão. Lei
da Gravidade, lembra!?” “Puxa vida! Agora entendi. Obrigado mesmo!” E
enquanto este homem tiver o conhecimento de que terá que saltar pela porta e
enfrentar as conseqüências da Lei da Gravidade, ninguém conseguirá
arrancar-lhe o pára-quedas, pois sua vida depende disso.
Agora, se olharmos à nossa volta, veremos vários passageiros
aproveitando o vôo. Eles estão desfrutando dos prazeres do pecado por algum
tempo. Chegue a essas pessoas e diga: “Com licença. Você ouviu a ordem do
comandante sobre a salvação? ‘Coloque o pára-quedas de Cristo.’” A
pessoa se vira para você e diz: “Ah! Eu não acho que seja isso que Deus está
querendo dizer. Deus é amor. Além do mais, eu estou bem feliz assim como
estou. Obrigado.” Não vá se virar de maneira zelosa, mas sem conhecimento, e
dizer-lhe: “Por favor, coloque o pára-quedas de Jesus Cristo. Ele te dará
amor, alegria, paz, realização pessoal e felicidade sem fim. Você tem um
vazio em seu coração que só Deus pode preencher. Se você tiver problemas no
casamento, com drogas, álcool, só o que você precisa fazer é entregar o seu
coração a Jesus.” Não. Se fizer isso, você estará dando a essa pessoa o
motivo errado para o seu compromisso com Cristo. Ao invés disso, diga: “Deus,
dê-me coragem!” e avise sobre o salto. Só é preciso dizer: “Hei, está
determinado às pessoas morrer uma só vez. Se você morrer com seus pecados,
Deus será forçado a fazer-lhe justiça – e o julgamento do Senhor será
completo. Pois, de Toda palavra frívola que as pessoas proferirem, prestarão
contas no Dia do Julgamento; Assim, se você alguma vez cobiçou alguém
sexualmente, praticou adultério em seu coração. Se, alguma vez na vida,
sentiu ódio por alguém, você matou a pessoa em seu coração. Jesus alertou que
a justiça será completa – o punho cerrado da ira eterna virá sobre você
(PLOFT!), transformando-o em pó! Deus abençoe.” Entendam, santos, que não
estou falando em pregar o fogo do inferno. Tal pregação produz convertidos
cheios de medo, o uso da Lei de Deus produz convertidos cheios de lágrimas.
Os primeiros vêm a Cristo por que? Porque querem escapar do fogo do inferno,
mas, em seus corações, acham que Deus é duro e injusto, pois a Lei de Deus
não foi usada para mostrar-lhes quão mal é o pecado. Não conseguem ver que
merecem o inferno e, portanto, não entendem misericórdia ou graça. Assim,
falta-lhes gratidão a Deus por Sua misericórdia. E gratidão é a motivação
básica do evangelismo. Não haverá zelo no coração de um falso convertido para
evangelizar. No segundo caso, os pecadores vêm a Cristo sabendo que pecaram
contra Deus, que os olhos de Deus estão em todo lugar observando o bem e o
mal; que Deus vê a escuridão como se fosse pura luz; que Deus tem visto os
seus pensamentos. Se Deus, em Sua santidade, no dia da ira fizesse manifestos
todos os seus pecados escondidos de seu coração, todas as suas atitudes
feitas às escondidas, se Ele fizesse manifesta toda a evidência de sua culpa,
Deus os tomaria por algo impuro e os lançaria no inferno, aplicando-lhes a
justiça. Mas, ao invés disso, Deus deu-lhes misericórdia, demonstrou-lhes o
seu amor, pois enquanto ainda eram pecadores Cristo morreu por eles. Assim,
caem de joelhos diante da cruz manchada de sangue e dizem: “Oh, Deus, se
fizeres isto por mim, farei tudo por Ti. Me apraz fazer a tua vontade, oh,
meu Deus. Tua Lei está escrita em meu coração.” E, da mesma maneira que o
homem que sabia que teria que saltar pela porta do avião e enfrentar as
conseqüências por quebrar a lei da gravidade e, por isso, jamais tiraria o
pára-quedas pois sua própria vida dependia dele, assim também é todo aquele
que chega ao Salvador sabendo que terá que deparar-se a Deus face a face no
dia da ira: jamais desprezará a justiça de Deus em Cristo, pois sua
própria vida depende disso.
Deixem-me ver se posso ilustrar bem a questão ao nos aproximarmos do
término desta mensagem. Estava em uma loja algum tempo atrás e o proprietário
estava a servir um cliente usando o nome de Deus de forma blasfema. Bem, se
alguém usasse o nome de minha esposa de forma blasfema, isto é, em lugar de
um palavrão, eu ficaria extremamente ofendido com isso. Mas, aquele cara
estava usando o nome de Deus como um palavrão – o nome do Deus que lhe dera
vida, seus olhos, habilidade de pensar, seus filhos, seu alimento; todo
prazer que já tivera até aquele momento lhe tinha sido dado pela bondade de
Deus – e ele estava usando o nome de Deus como um palavrão. De maneira
indignada, curvei-me entre ele e o freguês e disse: “Com licença, isso aqui é
uma reunião religiosa?” O cara se virou e disse: “Que diabos? Não!” “Ah, é
sim! Pois agora você está falando do diabo. Deixe-me dar um de meus livros de
presente para você.” Então, fui até o meu carro e peguei um livro que escrevi
chamado Deus Não Acredita em Ateus: Evidência
de que Ateus Não Existem. É um livro que usa lógica, humor, raciocínio e racionalismo para
provar a existência de Deus – que é algo que se pode fazer em dois minutos
sem usar fé. É algo muito simples para provar a existência de Deus de maneira
absolutamente conclusiva. Além disso, se prova também que ateus não existem.
Na verdade, deixem-me mostrar-lhes um de nossos adesivos para carro. “Dia
Nacional do Ateu: 1º de Abril”. [Continuando a história,] dei o livro ao
proprietário da loja e, dois meses depois, voltei lá para dar-lhe outro livro
meu, Meu Amigos Estão Morrendo! Uma história verídica e pungente sobre a
ministração do Evangelho na parte mais perigosa de Los Angeles; um livro que
também usa humor em sua apresentação. Dei-lhe estes livros e, posteriormente,
ele me ligou para contar-me o que tinha acontecido: sua esposa começou a
olhar feio para ele por estar lendo um livro chamado Meus Amigos
Estão Morrendo e dando risadas a cada dois minutos. Mas, acontece
que ele estava fazendo faxina em seu quarto e pegou o outro livro Deus
não acredita em Ateus. “Ah!” (de maneira desgostosa), disse ele, mas,
ainda assim, leu a primeira página e, então, leu as outras 260 páginas do
livro. Ele me disse: “Aquilo foi estranho, pois detesto a leitura.” Aí, ele
leu Meus Amigos Estão morrendo!, entregou sua vida a Cristo,
comprou uma Bíblia e, quando veio me fazer uma visita, contou-me que, apenas
dois dias após tornar-se Cristão, ele já tinha lido até o livro chamado Levi-TÍ-co
e, se eu me lembro bem, em seguida, ele iria ler o livro de Palmos e
Jô. Seja como for, o fato é que, até o momento de sua conversão o homem era
um bruxo praticante. “A Lei do Senhor é perfeita para converter a alma.”
É como se Deus estivesse olhando lá de cima para mim – durante
todo o tempo em que, por muitos anos, eu pregava em praça pública, combatendo
o inimigo com o espanador de penas do evangelismo moderno – e dizendo: “O que
é que você está fazendo? As armas da minha milícia não são carnais, mas
poderosas em Deus, para demolição de fortalezas (2 Coríntios 10:4). Eis aqui
dez grandes canhões.” E, quando eu comecei a alinhar e apontar os dez canhões
da Lei de Deus, os pecadores pararam de caçoar e fazer pouco. Muito pelo
contrário, seus rostos ficaram pálidos. Eles começaram a erguer as mãos e
dizer: “Eu me rendo” Entrego tudo a Jesus.” Começaram a vir para o lado dos
vencedores para nunca pensar em retroceder. Este tipo de convertidos se
tornam ganhadores de almas, ao invés de aquecedores de banco de igreja,
obreiros, ao invés de preguiçosos, bens ativos, ao invés de passivos para a
igreja local.
E agora, santos, com suas cabeças erguidas e olhos abertos, e
sem música alguma sendo tocada, deixem-me desafiá-los sobre a validade de sua
salvação. O evangelismo moderno diz: “Jamais questione a sua salvação.”
Porém, a Bíblia diz exatamente o contrário. Ela diz: “Examinai-vos a vós
mesmos se permaneceis na fé” (2 Coríntios 13:5). É melhor que seja agora de
que no Dia do Julgamento. A Bíblia diz ainda: “Procurai fazer firme a vossa
vocação e eleição” (2 Pedro 1:10) e alguns de vocês sabem que há algo
radicalmente errado com sua caminhada Cristã. Você perde sua paz e alegria
quando o vôo fica turbulento. Falta-lhe zelo para evangelizar. Jamais você
caiu com rosto em chão diante do Deus Todo-Poderoso e disse: “Pequei contra
Ti, ó Deus! Tem misericórdia de mim!” Nunca você correu para os braços de
Jesus Cristo para ser limpo pelo seu sangue, clamando desesperadamente:
“Deus, tem misericórdia de mim, pois sou um pecador!” E tem mais: falta-lhe
gratidão, falta-lhe um zelo ardente pelos perdidos. Você não pode nem dizer que
o fogo de Deus queima em seu coração. Na verdade, há um grande perigo de
estar entre aqueles chamados “mornos” que serão cuspidos da boca de Cristo no
Dia do Julgamento (Apocalipse 3:16) quando as multidões clamarão a Jesus:
“Senhor, Senhor” e Ele dirá: “Apartai-vos de mim todos vós [transgressores]
que praticais a iniqüidade: nunca vos conheci.” (Mateus 7:22-23). Ignoraram a
Lei Divina. A Bíblia diz mais: “Aparte-se da iniqüidade todo aquele que
profere o nome do Senhor.” Então, hoje mesmo, você precisa reajustar o motivo
de seu compromisso. Amigo, não deixe o seu orgulho impedi-lo. Gostaria de
orar por você. Eu orarei daqui mesmo e você pode ficar aí onde está sentado.
E se você quiser se incluir nesta oração, eu gostaria que levantasse a sua
mão, mas lembrasse disso: se você pensar: “Bem, eu deveria levantar a minha
mão, mas o que as pessoas vão pensar?” Isso é orgulho, pois prefere a
aprovação dos homens do que a de Deus (João 12:43). Todo aquele que é
orgulhoso de coração é abominação ao Senhor (Provérbios 16:5). Deus resiste
aos orgulhosos, mas dá graça aos humildes. Então, humilhe-se diante da
poderosa mão de Deus e Ele, no tempo certo, te exaltará (1 Pedro 5:5-6).
Chame isso de renovação de compromisso. Chame de compromisso. [Chame do que
quiser.] Mas, seja lá de que você o chamar, certifique-se de seu chamado e
eleição (2 Pedro 1:10).
Esta mensagem foi pregada pela primeira vez em agosto de 1982. Reprodução permitida [e encorajada]. Traduzida para o português do Brasil em setembro de 2005. Tradutor: fguarany@yahoo.com.br www.evangelismobiblico.com.br www.LivingWaters.com – Living Waters Publications, P.O. Box 1172, Bellflower, CA 90706 – Order line: 1-800-437-1893 |
|
domingo, 25 de setembro de 2011
O MAIOR SEGREDO DO DIABO
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Todos os comentários serão avaliados, e se houver algum desvio, serão removidos.