A CEIA DO SENHOR
A
Ceia do Senhor também chamada de “A Santa Ceia” é um memorial que deve ser
efetuado pela congregação local. [Lc 22.19; 1 Co 11.24-25]
Memorial Simbólico – Define a Ceia do Senhor como um ato
de comemoração e representação simbólica do sacrifício único e suficiente de
Cristo.[O Memorial Simbólico é comum nas Igrejas Batista] Ulrich Zwinglio queria
que tudo estivesse de acordo com a Bíblia. Para ele, a presença corporal de
Cristo na Ceia era inútil. O corpo de Cristo encontra-se no céu ao lado do Pai
e não pode se fazer presente na terra durante a Ceia. O corpo natural de Cristo
não pode ser “mastigado”. Só podemos enxergá-lo com os olhos da fé. Mas Cristo
não está ausente na Ceia. A Ceia é mais do que um ato humano. Ela é o sinal da
graça de Deus. Se Deus não está presente, a graça e a resposta de fé não
acontecem. Zwinglio acreditava que a Ceia do Senhor é um ato de
comemoração e representação simbólica da paixão e morte de Jesus, uma lembrança
do sacrifício suficiente de Cristo. A Igreja, ao comungar, transforma-se no
Corpo de Cristo. Zwinglio aumentou a freqüência da celebração da Eucaristia de uma
para quatro vezes ao ano. Assim o povo participava mais vezes da Ceia e a Mesa
era “protegida” daqueles que não observassem uma vida cristã impoluta. Quando a
Ceia não era celebrada, realizava-se o culto com o sermão. Zwinglio cria que a
fé era a parte mais importante dos sacramentos, a Ceia do Senhor era uma
"comemoração" e não uma "repetição" da Expiação, pelo que o
crente pela reflexão sobre a morte de Cristo recebe bênção espiritual.
Consubstanciação – Significa a união de dois ou mais
corpos na mesma substância. É a presença de Cristo na Ceia, não literalmente
como corpo e sangue no lugar do pão e do vinho, mas como presença que está na
celebração. Martinho Lutero acreditava que a presença de Cristo na Ceia vai
além de uma presença simbólica. Entendia que, o corpo de Cristo pode se fazer
presente na Ceia, da mesma forma como a sua natureza divina se fazia presente
no homem Jesus. Para Lutero, na Ceia, ao mesmo tempo em que estão presentes o
pão e o vinho, também estão presentes o corpo e o sangue de Jesus, ou seja, o
corpo e o sangue de Cristo estão presentes “em”, “com”, “debaixo”, “ao redor” e
“por trás” do pão e do vinho. Esta doutrina ficou conhecida como
“consubstanciação” e acabou se tornando o ponto de conflito entre o reformador
alemão e os reformadores suíços.
Transubstanciação – Significa a mudança de uma substância
noutra. É a transformação do pão e do vinho no corpo e no sangue de Cristo
literalmente na Eucaristia. [A Transubstanciação é comum na Igreja
Católica] Imaginava-se que, a partir dessa consagração, as substâncias
do pão e do vinho eram transformadas, respectivamente, nas substâncias do corpo
e do sangue de Cristo. O povo, ao receber a hóstia consagrada, recebia
verdadeiramente a carne de Cristo e o sacerdote, ao beber do cálice, bebia
verdadeiramente o sangue de Cristo. Essa doutrina foi chamada de
“transubstanciação”.
Presença Real [ou Presença Espiritual] – O pão e o vinho
permanecem os mesmos, mas o Espírito Santo faz com que o crente, pela fé, goze
a presença de Cristo de um modo que é glorioso e real, ainda que indescritível.
João
Calvino afirmava que Cristo está verdadeiramente presente na Ceia do
Senhor. Esta presença não é física, como na transubstanciação e na
consubstanciação, mas nem por isso deixa de ser real e válida. Calvino negava a
presença física de Cristo, aceitando apenas a presença espiritual
de Cristo pela fé nos corações dos participantes. Afirmava que Cristo estava
presente no Sacramento da Ceia mediante a ação do Espírito Santo, e assim, de
fato, o Sacramento poderia ser chamado de Meio de Graça onde os eleitos recebem
o que a eles é destinado no sacramento, enquanto que os falsos crentes recebem
juízo de Deus; logo, a concepção calvinista
sobre a Ceia é que Cristo está real, porém, espiritualmente nos
elementos. Por isso Calvino insistia
para que a Ceia fosse celebrada em todo o culto, pois somos fracos e precisamos
ser nutridos por Deus. Para Calvino, não existe Ceia fora da Igreja e não
existe Igreja sem a Ceia do Senhor. A Ceia é para a comunidade dos batizados e
deve ser sempre celebrada no contexto do culto.
·
De sorte que as Celebrações estão divididas
assim: os Católicos Romanos com a Transubstanciação; os Luteranos
com a Consubstanciação; os Zwínglianos com a concepção Memorial
e os Calvinistas
com a noção da Presença Real de Cristo nos sacramentos de forma Espiritual.
DIFERENÇAS ENTRE:
A CEIA (EVANGÉLICOS) E A
EUCARISTIA (CATÓLICOS):
CEIA – é um termo utilizado pelos protestantes se
referindo à celebração que foi feita por Cristo pouco antes de Sua morte, e
também à celebração que é feita atualmente pelos evangélicos em memória do que
Cristo fez ao partir o pão e tomar o cálice, para celebrar a Sua ressurreição,
como Salvador de muitos. [Memorial Simbólico; por exemplo]
EUCARISTIA – é o Sacramento, que segundo a doutrina
católica, contém realmente o corpo e o sangue de Cristo. Também como celebração
da ressurreição de Cristo como Salvador. [Transubstanciação]
A CEIA DO SENHOR
|
||
POSIÇÃO
|
ENTENDIMENTO
|
|
Transubstanciação [Católica]
Consubstanciação [Lutero]
Memorial
Simbólico [Zwinglio]
Presença
Real [Calvino]
|
Os elementos são transformados no corpo e
no sangue;
O corpo, o sangue, o pão e o vinho estão
presentes;
O corpo está espiritualmente presente;
Participação real do corpo e do sangue,
ainda que espiritual.
|
ARTIGO: A Ceia do Senhor
Pr. Felipe Miranda
Data: 15/09/2012
EBB – Escola Bíblica Betânia
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Todos os comentários serão avaliados, e se houver algum desvio, serão removidos.